Na década de 1950, recorda um apontamento do suplemento 6ª (do DN), a pose das figuras da televisão (e do cinema, acrescento) incorporava o cigarro «como sinal de requinte e sintoma de segurança». Talvez fosse interessante olhar um pouco – neste tempo de antitabagismo irracional (inexistente no mundo islâmico, tal como na maior parte da Ásia, de África e da América a sul de Ciudad Juárez) – para a história dos interditos e da valorização simbólica do tabaco. Reparar na forma como este funcionou enquanto sinal de emancipação (das mulheres, dos adolescentes, dos soldados, dos empregados e dos operários submetidos a cadências absurdas), marca de reflexão e de inteligência (entre os intelectuais ou aqueles que o ambicionavam ser) ou elemento-chave das estratégias de sedução social e amorosa.