Apesar dos inevitáveis erros e do grau de incerteza que uma escolha entre diferentes leituras pode sempre conter, a decisão do governo no sentido de centralizar a escolha dos manuais escolares – atribuída nas últimas décadas a cada uma das diferentíssimas escolas, à competência sempre irregular de muitos dos seus docentes, às todo-poderosas influências comerciais das editoras – será positiva. Desde que não se aproxime da velha prática estado-novista do livro único, o que, bem vistas as coisas, a pluralidade essencial do tempo neste lado do planeta por certo impedirá. Permitindo um mais criterioso reconhecimento dos conteúdos e da qualidade pedagógica dos materiais, a medida poderá corrigir assim um dos efeitos nefastos da «regionalização no terreno». Ou, pelo menos, espera-se que assim aconteça.