A irritação crescente das actuais autoridades iraquianas, e a preocupação dos seus extremosos patronos, perante a gravação-pirata da execução de Saddam, provêm, essencialmente, do facto daquilo que se presumia ser o registo de um mero apagamento da história haver dado lugar a um manifesto contra o horror e a desrazão da pena capital. As autoridades chinesas também devem ter ficado um tanto ou quanto agastadas com o ruído à volta do tema. Resta saber se, nos assépticos corredores da morte das penitenciárias do lado de lá do Atlântico, as coisas se passarão dessa forma tão branca, sedada e silenciosa que costumam descrever-nos.