Margaret Thatcher gabava-se de dormir apenas quatro horas por noite. Charles Dickens só conseguia adormecer se o seu corpo estivesse precisamente no centro do colchão, pelo que executava demoradas medições para descobrir o sítio exacto onde se deveria deitar. Marylin Monroe precisava, como é sabido, de muitos comprimidos para fechar os olhos. E, de acordo com a lenda, Ióssif Vissarionovitch Djugashvili velava no seu gabinete pelo destino dos povos, enquanto todo o Kremlin dormia. A maior concentração de insones, porém, encontra-se aqui mesmo: de acordo com estudos recentes, afirmou na televisão a neurologista Teresa Paiva, o povo que menos dorme em todo o mundo é o português. O que explicará, entre outros traços comportamentais, uma crescente tendência para a soturnidade e a depressão. Afinal, sejamos justos, o culpado não é apenas o governo.