Dotadas de traços figurativos mais explícitos, as estátuas são monumentos que possuem uma dimensão simbólica vigorosa, podendo facilmente funcionar como «lição». Aí, é o grande vulto (o rei, o chefe militar, o político, o intelectual), ou então o operário em luta, o soldado desconhecido, a mulher heróica, a agregar um conjunto de sentidos propostos sob a forma de mensagens a reter.
Os imperadores romanos e os monarcas absolutos utilizaram o processo, mas foi o romantismo, ao valorizar o papel histórico da nação e do indivíduo, a criar as condições para um recurso sistemático a essa estratégia. Estimulando a criação dos museus e dos memoriais urbanos, tornou igualmente possível a recuperação da dimensão exemplar de determinados momentos do passado, colocando a nostalgia ao serviço da política.
Os regimes totalitários do século passado levaram muito longe esse esforço, utilizando o monumento na tentativa de propagar as metas e as imaginárias conquistas dos seus programas políticos, de traçar o perfil físico e comportamental do «homem novo», de reescrever de cima para baixo a própria história. As artes monumentais fascista e socialista definiram a sua centralidade pedagógica, tornando-a uma prioridade da iniciativa política.