A femme fatale, avisam os livros, é atraente e sedutora. Um pouco intimidante também. Com um charme capaz de enredar amantes e vítimas, sem remissão possível, numa teia de situações comprometedoras e sempre razoavelmente perigosas. A deusa suméria Ishtar já revelava os atributos, marcando o nascimento histórico do mito masculino que envolve sentimentos misturados de medo e desejo. De Dalila e Salomé a Mata-Hari e a Gilda (uma inesquecível Rita Hayworth no filme de Vidor), o trajecto foi longo e bastante complicado para uma longa lista de homens apenas brevemente felizes, irremediavelmente perdidos.