Ignomínia

Estava em férias quando ocorreu a demissão de Dalila Rodrigues, e por isso apenas agora dou sinal de vida sobre o assunto. Conheço a visada – creio que fui mesmo seu professor – embora, directamente, conheça muito pouco do trabalho por ela levado a cabo no Museu de Arte Antiga. Sei daquilo que me contam, do que dizem os jornais, das opiniões que foram sempre, globalmente, bastante positivas. Sei também que na área da gestão dos museus, tradicionalmente conservadora e conformista, a sua iniciativa se tem destacado. Uma coisa que, no país paralisado pela inveja do qual fala José Gil, não augura nada de bom para quem protagoniza o destaque. Por isso, não me surpreendeu a atitude vergonhosa – pior ainda que a da ministra da Cultura, «apenas» incapaz de dialogar com uma atitude crítica (mas, que eu saiba, não insubordinada) – dos dezasseis outros directores de museus, obviamente arregimentados por um qualquer comissário-político, que se solidarizaram, em nome da «classe museológica portuguesa» (sic), contra uma sua colega.

    Atualidade.