As declarações de James Watson sobre os testes que «provam» a menor inteligência dos pretos em relação à inteligência média dos caucasianos fizeram recordar uma história de há muitos anos. A história de Rosalind Franklin, que desenvolvia em King’s College, desde 1950, um trabalho crucial para a descoberta da estrutura molecular do ADN que daria a Francis Crick, a Maurice Wilkins e ao mesmo Watson, em 1962, o Nobel da Fisiologia e da Medicina. A «descoberta» foi divulgada na Nature durante a primavera de 53, quando Crick e Watson trabalhavam no Laboratório Cavendish, da Universidade de Cambridge, mas ambos omitiram no artigo o contributo, entretanto publicado, da sua colega de King’s. Há décadas que se comenta que o fizeram pela pouca importância que atribuíam ao facto desta ser mulher. Rosalind morreu em 1959, devido a uma doença contraída no laboratório, enquanto Crick e Wilkins desapareceram deste mundo em 2004. Quanto a Watson, parece que continua por aí a fazer estragos.
Um comentário a este post coloca este episódio em termos diferentes. Vale a pena conhecer esta outra leitura, a qual contraria aquela que aqui transparece.