Na sanha um tanto doentia, que persegue repetidamente, de procurar reescrever o seu passado e o passado do universo que habitou – do qual parece possuir, aliás, uma visão truncada e muito parcial -, Zita Seabra afirmou ao Público, a propósito de Soljenitsine, que «a esquerda não o lia». Não é verdade. Existia uma parte da esquerda que o via apenas como mais um contra-revolucionário, e outra que o fez participar da revisão dos seus modelos e da reescrita das suas utopias. Esta é a verdade.