Quarta-feira em Macau

Se existe coisa que escapa facilmente ao autor é o destino dos textos públicos que este escreve. Cada leitor recorta o que lhe apetece recortar e tanto o pode afixar num placard de escola como passá-lo a um amigo ou transcrevê-lo num blogue. Refiro-me principalmente a fragmentos, que facilmente se emancipam dos textos originais.

Já me parece menos transparente o que acaba de fazer o diário Hoje Macau a alguns posts dispersos d’A Terceira Noite (e não só, ao que sei). Preenchendo com eles uma página inteira do jornal, e conferindo-lhes uma unidade que não tinham, deu a entender ao leitor comum que se trataria de uma colaboração formal do seu autor, o que não é verdade. Não é prática que ofenda por aí além e compreendo as aflições de quem com relativamente poucos colaboradores tenha de produzir diariamente um jornal, mas parece-me que teria sido correcto enviar por e-mail um pedido de autorização. Como teria sido igualmente avisado não abusar da obra alheia dando-lhe um formato que na origem esta não tinha. Divulgo o episódio por razões profilácticas, para prevenir eventuais recaídas. Ao Hoje Macau vou enviar, cordialmente, o link para este post.

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