O líder da Juventude Socialista acusou Manuela Ferreira Leite de ter «falta de sentido de Estado» ao afirmar que a aposta nas obras públicas só reduzirá o desemprego de Cabo Verde ou da Ucrânia. Parece mais ou menos evidente, para quem tenha alguma sensibilidade para as perigosas implicações que a frase da chefe do PSD contém – no mínimo, favorecendo a xenofobia e lançando a desconfiança numa das áreas mais dinâmicas da economia de mercado que tanto o seu partido como o PS têm defendido quando se encontram no poder – que a senhora de modo algum deveria ter dito aquilo que disse. Porém, se fosse «jovem socialista», eu preferiria concentrar-me na denúncia do padrão de sensibilidade política implícito na frase de Ferreira Leite a preocupar-me assim tanto com o seu «sentido de Estado». É que frases assim, tão – como hei-de dizer? – de sensato «responsável partidário», envelhecem as pessoas. Embora admita que possam acelerar a progressão na carreira. São tão tristes e enfadonhas as nossas jotas!