Em entrevista publicada no último número da Technikart, o sueco Gottfried Warg, considerado «o cérebro» da organização The Pirate Bay, declara: «Faço isto em nome da liberdade e um pouco para chatear o mundo». «Isto» não é senão manter em actividade, em conjunto com os amigos Peter Kolmisoppi e Hans Fredrik Neij, um site de partilha de ficheiros electrónicos que conta já com mais de 25 milhões de utilizadores. Os três responsáveis pela Pirate Bay foram agora condenados a um ano de prisão e ao pagamento de indemnizações no valor de 2,7 milhões de euros, mas não é por isso que pretendem abandonar o ramo e o site mantém-se em plena actividade. Por trás deles, uma multidão de pessoas, em regra jovens e com pouco dinheiro, que querem continuar a aceder à música, aos filmes e aos programas que desta maneira lhes entram com toda a facilidade em casa. O mais interessante é que a sua acção está a lançar um movimento mundial de solidariedade e de contestação declarada dos direitos de autor e dos privilégios das grandes distribuidoras, constrangedores do acesso a um património que poderia ser público. A utopia comunista parece pois estar a chegar aos bits. Diz um apoiante convicto da justeza da causa: «Aquilo de que gosto mesmo nos tipos da Pirate Bay? Da sua radicalidade.» Não é difícil simpatizar com eles.