Francisco Franco y Bahamonde, antigo «caudillo de España por la gracia de Dios», acaba de ser publicamente despojado, pelo Ayuntamiento de Madrid, dos títulos e mercês de alcaide honorífico, filho adoptivo, medalha de ouro e medalha de honra da cidade. Após, há algum tempo, a Universidade de Santiago de Compostela lhe ter invalidado, «por falta de méritos», o doutoramento honoris causa. Com muitas pessoas a favor e umas quantas contra. Por aqui, o ajuste de contas com o corpo físico e simbólico da ditadura tem sido tratado quase sempre de uma forma menos frontal. Abstraindo os pontuais assomos iconoclastas dos meses do PREC, a solução adoptada passou quase sempre pelo emudecimento dos apectos práticos do passado do regime, pela ligeireza das atitudes incriminatórias, pelo elidir da dimensão do mal, pelo arejamento das responsabilidades dos seus protagonistas. Daí à presente esteticização do ditador local, do tempo que ensombrou e dos valores que soube impor, foi um passo apenas.