Cristina A., 48, com cadastro, tem todas as condições para colher a simpatia de muitas pessoas. Foi julgada e condenada em Coimbra por ter sido apanhada ao volante sem carta de condução, o que declarou fazer «há 20 e tal anos» sem sequer ter passado num exame de Código da Estrada («o que me faz confusão são as perguntas ranhosas», lamentou-se ela aos jornalistas). Admitindo que já foi apanhada oito vezes em situação idêntica, disse que apreendeu a conduzir no mato, «mas graças a Deus nunca tive um acidente». Isto apesar de já ter «batido os 200 quilómetros à hora». A sua maior ambição – como a de tantos de nós, aliás – é conduzir um camião. Quem não invejará um pouco, se não a vida, o descaramento de Cristina por acelerar assim, estrada fora, sem papéis?