Há cerca de um ano circulou pelos jornais e suplementos de economia uma notícia que cotava Angola como o principal cliente do mercado português de imóveis de luxo. Hoje mesmo o Expresso noticia que 30% dos produtos para ostentação vendidos em Portugal são adquiridos por cidadãos angolanos. Existe até um perfil do cliente-padrão: «Homem, 40 anos, empresário do ramo da construção, ex-militar ou com ligações ao governo.» Veste habitualmente Hugo Boss ou Ermenegildo Zegna, compra relógios de ouro Patek Philippe e Rolex, desloca-se em automóveis topo de gama. Já o investimento angolano aqui no rectângulo rondou os 800 milhões de euros apenas entre 2005 e 2008, contando à cabeça com a participação da laboriosa empresária Isabel dos Santos, filha do presidente angolano, com uma intervenção decisiva em empresas como a Galp, a Zon, o BPI, o BES e a Sonae. Dados notáveis para o país do mundo com maior taxa de mortalidade infantil, situado em 224º (penúltimo lugar, apenas acima da Suazilândia) na classificação da esperança média de vida e em 114º na do rendimento anual per capita.