E a luta continua

cubanos

É de saudar a notícia da libertação de 52 presos políticos cubanos, mas ao mesmo tempo é lamentável que tenha sido apenas a igreja católica local a anunciar a medida, que aqueles que forem sendo libertados se vejam forçados pelo governo de Havana a sair do país (Yoani Sánchez fala claramente de «deportação»), e que muitos outros detidos por motivos políticos não sejam contemplados (167, de acordo com um relatório divulgado esta semana pela Comissão Cubana de Direitos Humanos). Já agora, uma palavra para quem insista ainda em dizer que não existem prisioneiros de consciência em Cuba, mas apenas desordeiros a quem a «legitimidade revolucionária» coloca no lugar que merecem: esta medida confirma o reconhecimento público do delito de opinião e da sua sistemática punição. E comprova a enorme falta de confiança do regime na capacidade de discernimento político do seu próprio povo. A luta de muitos cubanos corajosos continua.

    Atualidade, Democracia.