Chegamos então à época das listas. A minha não é a dos melhores nem a dos piores livros saídos ao longo do ano que agora parte. É só a daqueles dez que foram editados em português europeu, pude ler ou reler, e me (lo)comoveram um pouco mais que o habitual. A daqueles que com algum egoísmo maior prazer sinto em partilhar. Ao fechar o balanço, reparei que foram 365 dias com menos ficção (e sobretudo menos poesia) do que foi a norma noutros anos. Pode ser um sinal de condescendência para com a cultura da competição em que nos querem afogar. Na hora de substituir o tradicional calendário de pin-ups e de meter à boca as passas da praxe, um dos meus desejos será reparar este grande pecado.
A ordem é apenas alfabética. Não aparecem e-books porque os que fui lendo estão por traduzir.
Enrique Vila-Matas, Diário Volúvel (Teorema)
George Orwell, Livros & Cigarros (Antígona)
Hans Küng, Islão. Passado, presente e futuro (Edições 70)
Herta Müller, Tudo o que tenho trago comigo (Dom Quixote)
John Newsinger, George Orwell. Uma biografia política (Antígona)
Manuel António Pina, Por outras palavras & mais crónicas de jornal (Modo de Ler)
Mario Vargas Llosa, O Sonho do Celta (Quetzal)
Orlando Figes, Sussurros. A vida privada na Rússia de Estaline (Alêtheia)
Tony Judt, Um tratado sobre os nossos actuais descontentamentos (Edições 70)
Walter Benjamin, O Anjo da História (Assírio & Alvim)