Na cidade síria de Alepo, a segunda do país com 2,5 milhões de habitantes, perante o avanço das forças de Assad, «um número muito grande de civis», encurralado pelos bombardeamentos cerrados de artilharia pesada por terra e ar, «reuniu-se em parques públicos em áreas mais seguras» ou então «refugiou-se nas escolas». A maioria dos cidadãos está desesperada, temendo pela vida e assistindo à destruição sem piedade da sua cidade-museu. O esquerda.net já viu aquilo que está a acontecer na Síria: uma chacina em nome da defesa de um regime massivamente contestado nas ruas de todo o país. Mas limita-se a noticiar, não toma uma posição. A «teoria do não-intervencionismo a todo o custo», em qualquer caso, independentemente de situações extremas nas quais o que deve importar é a defesa elementar de vidas humanas, conduz o Bloco de Esquerda a becos sem saída desta natureza. Já o Avante! apoia as forças do regime e vê coragem e nacionalismo, «defesa legítima» contra uma agressão externa «programada nos corredores do Pentágono», onde existe principalmente a brutalidade sem limites, lançada no terreno contra as forças anti-regime mas que atinge sobretudo civis que lhe não conseguem escapar. Enquanto o PCP é consequente com a sua fidelidade política ao inquebrantável princípio leninista do «inimigo principal» e ao velho parceiro na região da «saudosa» União Soviética, o BE evita tomar uma posição clara face a uma tragédia humana desta dimensão. Queira-o ou não, quem cala consente.