Chegámos a um tal ponto na gestão dos negócios públicos e da vida social impostos aos portugueses pelo atual governo, que a contradição principal já nem é a que opõe esquerda e direita, defensores do socialismo e adeptos do capitalismo, burguesia e proletariado, pobres e ricos, novos e velhos, urbanos e rurais, partidários do papel do Estado social ou da primazia da economia de mercado. É, dramaticamente, aquela que separa as pessoas mais ou menos avisadas, de trajetos profissionais erguidos a pulso e escolhas políticas diversas, de uma associação de loucos e de desvairados, gente impreparada e arrivista, sem formação pessoal, humana e muito menos política. Gente de pesadelo que por um conjunto de circunstâncias fortuitas se encontra à frente dos destinos de um país, de uma democracia e de um povo, que se esforça todos os dias por empurrar para esse abismo do qual jamais haverá retorno. Um cenário excecional que requer, e com a maior urgência, medidas também excecionais. O protesto de rua é por isso absolutamente crucial neste processo.
«Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!»
Manifestações em todo o país neste sábado, dia 15.