Já conheci um mecânico de automóveis, por acaso ainda um meu parente, que desmontava, reparava e lubrificava motores, testando-os depois no meio do trânsito em hora de ponta e recorrendo com insistência ao uso da buzina, sem jamais ter possuído carta de condução. Agora pude ver mais longe na lógica do empreendedorismo sem barreiras e do crime consciencioso aplicado aos assuntos do asfalto: na LER deste mês, o fazedor de livros Vítor Silva Tavares (ele não gosta que lhe chamem editor e eu faço-lhe a vontade) conta ter trabalhado em Angola como «engenheiro» examinador dos candidatos a condutores encartados… sem sequer saber guiar.