Em especial nos tempos mais próximos, discordei de algumas opções políticas e de certas escolhas processuais de António Costa. Penso que essa usura do poder que, em regra, ao fim de um certo tempo vai afastando quem governa de quem é governado, por alguns tomada como inevitável, o foi afetando também. Não esqueço, todavia, o que lhe devo como a pessoa que em primeiro lugar, num gesto de ousadia política, nos libertou do governo de direita Passos-Portas-Troika, e do estado de empobrecimento e de depressão coletiva em que este desgraçado trio tinha mergulhado o país. Perante as circunstâncias – que mais parecem configurar uma espécie ‘sui generis’ de golpe de Estado – compreendo que não tivesse outra solução além daquela que escolheu, mas como não sou ingrato ou esquecido, nesta hora de despedida agradeço-lhe ter-nos devolvido o país. [Originalmente no Facebook]