O 7 de outubro

A 7 de outubro, quando se comemora o primeiro dia da era judaica, iniciada a 3761 AEC, completou-se um ano sobre o ataque do Hamas, lançado principalmente sobre alguns kibbutzim próximos da faixa de Gaza, aldeias comuns limítrofes e um festival de música para jovens, dele resultando de imediato o assassinato de cerca de mil israelitas, o rapto de perto de 250, muitos idosos e crianças, a violação de dezenas de mulheres, e um grande número de civis feridos. Teresa de Sousa chama-lhe «o maior massacre de judeus desde o Holocausto».

A operação, típica de uma organização terrorista islamita que usa a justa causa palestiniana para controlar a população dos territórios que governa e ampliar o seu poder, provocou, como se sabe, uma resposta militar israelita que, sob a direção de Netanyahu, do partido de direita Likud, e em coligação com setores ultra-ortodoxos e de extrema-direita, tem provocado morte de civis e destruição a uma escala brutal, ultrapassando em muito esta ação as figuras da represália e da guerra defensiva.

Na verdade, como se tornou agora evidente, o 7 de outubro serviu a Netanyahu para recuperar apoio interno, até aí em claro recuo, e para lançar uma campanha de conquista e agressão que visa terminar com a presença palestiniana em Gaza. E agora o Hezbollah deu-lhe novo pretexto para prosseguir a expansão até ao sul do Líbano. Afinal, «Bibi» já deixou claro que jamais aceitará a solução dos dois Estados, a única justa e capaz de trazer a paz à região. Esta, infelizmente, parece cada vez bem mais longe.

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