Directamente dos cuidados intensivos, reclamando capacidades que estão para lá do humano, Fidel «fala» de si próprio e do lado visível da doença aos compatriotas e simpatizantes de todo o planeta. Não se esquece de deixar claro que, apesar das hemorragias e do peso dos anos, permanece «atento a tudo o que se passa». O que pode espantar é a forma como a generalidade dos meios de comunicação aceita este logro sem pestanejar, veiculando-o como notícia e não como o acto de propaganda e de prestidigitação que é. Nas consciências dos que dele não retiram senão o valor simbólico e o impacto mediático, o «mito cubano» guarda ainda uma grande parte da sua força e antigo sortilégio. Se retirarmos os gusanos de Miami, ninguém parece particularmente satisfeito com o triste cenário que envolve agora o velho comandante dos barbudos.