Nunca me deu para fazer, por vontade própria, balancetes dos «melhores» livros (ou discos, ou filmes, ou espectáculos, ou exposições) do ano. Não porque tivesse alguma coisa contra o ritual – praticado por outros, ele já me foi útil por diversas vezes –, mas porque não me pareceu interessar a alguém um rol que iria forçosamente retomar sugestões alheias. Fui alinhando apenas, por encomenda, umas quantas listas publicadas em blogues e jornais mais ou menos obscuros. Mas neste final de 2009 apeteceu-me mudar. Aqui segue então – desordenada e descomprometida –, a lista dos 20 títulos, maioritariamente de não-ficção, que mais me feriram ou me ampararam ao longo do ano. Independentemente da língua em que os li, da categoria que me deixa arrumá-los ou desarrumá-los, e até do ano da publicação.
O Resto é Ruído. À Escuta do Século XX, de Alex Ross (Casa das Letras) | 2999, de Roberto Bolaño (Quetzal) | Tumbas sin Sosiego. Revolución, Disidencia y Exilio del Intelectual Cubano, de Rafael Rojas (Anagrama | Revolução 1989. A Queda do Império Soviético, de Victor Sebestyen (Presença) | Os Desaparecidos, de Daniel Mendelsohn (Dom Quixote) | Barroco Tropical, de José Eduardo Agualusa (Dom Quixote) | História de Israel, de Martin Gilbert (Edições 70) | Portugal – Ensaios de História e Política, de Vasco Pulido Valente (Alêtheia) | Teoria da Viagem. Uma Poética da Geografia, de Michel Onfray (Quetzal) | Utopias Piratas, de Peter Lamborn Wilson (Deriva) | O Século XX Esquecido. Lugares e Memórias, de Tony Judt (Edições 70) | Across the Territories. Travels from Orkney to Rangiroa, de Kenneth White (Birlin) | Outras Cores, de Orhan Pamuk (Presença) | A Loucura de Deus. Do Combate dos Três Monoteísmos, de Peter Sloterdijk (Relógio d’Água) | A Máscara do Comando, de John Keegan (Tinta-da-China) | Comunismo e Nacionalismo em Portugal, de José Neves (Tinta-da-China) | A Morte da Utopia e o Regresso das Religiões Apocalípticas, de John Gray (Guerra e Paz) | Salónica. Cidade de Fantasmas, de Mark Mazower (Pedra da Lua) |The Burden of Responsability. Blum, Camus, Aron and the French Twentieth Century, de Tony Judt (Chicago U. Press) | La Décadence des Intellectuels. Des Législateurs aux Interprètes, de Zygmunt Bauman (Actes Sud) | Homo Poeticus, de Danilo Kis (Fayard).