A luz da noite

Quase deixámos de usar a expressão «triste como a noite», confinada à métrica das chulas e dos fados vadios que resistem. Longe das aldeias despovoadas, fora das vielas onde já só dormem mendigos, bêbedos e drogados, a noite deixou de ser apenas silêncio, breu, território de caça para imitadores de Bela Lugosi e de Christopher Lee. Como um tempo para a melancolia e para a depressão. É o dia que agora nos atemoriza e entristece.

    Devaneios.