32 anos depois de Johnny Rotten ter pronunciado um primeiro «fuck off» em directo na televisão e de Anarchy In The U.K. ter sido lançado, 29 anos decorridos sobre a morte por overdose de heroína de Sid Vicious, ver e ouvir uns Sex Pistols recauchutados numa das noites do festival de Paredes de Coura apenas funcionará como momento nostálgico ou como sessão de espiritismo. Essencialmente efémero e ruminando uma arte pobre, ou mesmo uma não-arte, o movimento punk viveu depressa e morreu novo. Os média em breve tomaram posse dos seus vestígios e a cultura popular quase os esqueceu. Procurar revisitar-lhe a alma fora dos manuais de história dos anos setenta e da época do thatcherismo tem hoje qualquer coisa de mórbido e de patético.