Percorrendo os arquivos de um dos meus primeiros blogues, dou de caras com este post-proposta datado de Dezembro de 2003. Pura arqueologia, pois.
O poeta, porque transporta consigo a liberdade, é um viajante. Longe de se perder nas esferas menores do reino do efémero, cruza a mais antiga memória com impaciência juvenil diante do não visto e do que está por cumprir. Crivado de passados, organiza emoções e renova desejos. Combina experiência e invenção. É moderno na medida do seu arcaísmo. É o próprio tempo. Por isso todos os ministérios, direcções-gerais, gabinetes jurídicos, administrações, conselhos directivos, estados-maiores, deverão no futuro integrar um núcleo avançado de poetas. Para que jamais percam o sentido do importante, do realmente importante, que é o transitório.
Uma possibilidade maiakovskiana que não pesaria muito no Orçamento Geral do Estado.