Muitos cidadãos dos Estados periféricos da UE, mas também muitos dos que habitam o conforto dos Estados centrais, não gostarão desta ideia. Afetos aos nacionalismos cada vez mais ocos, irracionais e perigosos, temerão o fim das identidades ancestrais. Por motivos históricos e pelo medo de um dia ver emergir uma «Europa dos povos», a direita bater-se-á contra esta solução. Porque teriam de rever toda a sua estratégia de tomada e conservação do poder, os «patriotas de esquerda» farão a mesma coisa. Mas poderá ser este o rumo para evitarmos a derrocada e podermos emergir da crise com alguma segurança e dignidade. E afinal até parece simples de pensar e de dizer. Exista vontade política, respeito pela democracia e uma conjugação de esforços que permita dar, sem equívocos, os primeiros passos neste caminho complexo, difícil, mas provavelmente necessário.