Convivendo todos os dias com a elasticidade dos novos processos da comunicação, muitos dos utilizadores dos blogues desinibem-se e começam a escrever pelo prazer de falar, sem hesitações, por vezes de uma forma quase automática. Ultrapassam os processos morosos da reflexão e da escrita da era pré-Internet, que trocam por respostas rápidas, concebidas como um jogo, transformadas em jogo: a permuta de frases inesperadas, o alarde das pequenas descobertas, a provocação, o ruído repentista, as private jokes, instalam-se como um hábito, como uma linguagem.
[De um conjunto de doze posts usados durante uma conversa sobre blogues que teve lugar na livraria Almedina-Estádio, Coimbra]