As novidades correm depressa. Circulam informações que os jornais ou as estações de televisão omitem ou ignoram. Esclarece-se aquilo que permanece obscuro. Divulgam-se acontecimentos, frases, projectos, descobertas. Ao mesmo tempo, os meios convencionais recorrem às notícias veiculadas pelos blogues, ao seu estilo, às suas preocupações, o que não deixa de ser um sintoma. O hipertexto, como ferramenta de bricolage, perfura então o espaço hiper, colocando a notícia numa linha infinita. Pela mesma via, porém, também o erro circula, dissimulado, sob a forma de fraude ou de boato. Mas tal como nasce, assim se dissolve, mediado pelas vozes que o questionam e depuram.
[De um conjunto de doze posts usados durante uma conversa sobre blogues que teve lugar na livraria Almedina-Estádio, Coimbra]