A definição é retirada literalmente da Wikipédia: «O plágio é o ato de assinar, apresentar e publicar uma obra intelectual de natureza literária, científica ou artística (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, entre outras), em partes ou na íntegra, cuja autoria pertença a outra pessoa, sem que haja a permissão do autor, no caso de obras com direito reservado, ou reconhecimento da fonte, no caso de obras públicas. Portanto, comete plágio quem se apropria indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria.» Trata-se de um gesto miserável, não apenas porque supostamente confere a quem o pratica conhecimentos e aptidões que na realidade não possui, como omite e deprecia o esforço e a criatividade detidos por outros, bem como o seu trabalho.
Em quarenta anos de academia, convivi de perto com um sem número de casos, muitas vezes praticados, não apenas por alunos, entre estes não necessariamente dos «piores», mas também por um bom número de investigadores e de professores, alguns de prestígio supostamente imaculado. Em termos públicos, de vez em quando lá surge uma situação mediatizada, embora ela represente sempre uma gota no oceano. Mas ela raramente tem um grande impacto, como se se tratasse apenas de uma mera falha facilmente desculpável. Um caso recente, ocorrido de forma comprovada com Vitor Belenciano, jornalista de música e espetáculos do Público, rapidamente transformado num obscuro episódio de «faits divers», serve como exemplo deste perigoso processo de normalização.