O apelo, feitos por muitas pessoas que se têm manifestado a seu favor, à existência de um Estado palestiniano «do rio até ao mar», isto é, do Jordão ao Mediterrâneo, significa apoiar o fim do Estado de Israel e a inversão da condição de pária do povo palestiniano para o judeu. Ela nega, no fundo, a única solução possível, embora difícil, para a martirizada região e para os povos que a habitam: a existência de dois Estados independentes, política e economicamente viáveis, pacíficos e que, um dia, poderão até colaborar.
Ao mesmo tempo, a defesa, que o Irão acaba de fazer, da desnuclearização completa da região, imporia ao Estado de Israel o desmantelamento de um dos instrumentos de dissuasão dos quais dispõe para impedir um ataque concertado e a sua previsível destruição. Ambas as posições apenas servem para reforçar os setores belicistas e imperiais de Israel e, ao mesmo tempo, para tornar mais distante uma solução justa para a Palestina e para o seu povo. Mostrá-lo a algumas mentes cegas é que se torna bastante difícil.
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