A visita, programada para a próxima sexta-feira, de uma delegação governamental norte-americana à Gronelândia, não solicitada por Nuuk ou por Copenhaga, nem pedida por Washington, é chefiada pelo vice-presidente J.D. Vance e integra Mike Waltz, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, e Chris Wright, secretário de Estado da Energia. Fazendo tábua rasa das mais elementares regras da diplomacia, pela qualidade dos membros e pela oportunidade que estes escolheram trata-se de um gesto ameaçador de óbvia provocação imperial. Algo que não tem precedentes nas relações internacionais pós-Segunda Guerra Mundial. Precisamos habituar-nos a estas exibições de apetite e a estes gestos de agressão sem máscara, preparando e levando a cabo as respostas adequadas, necessariamente fortes e que doam aos prevaricadores.
P.S. – Perante os veementes protestos das autoridades locais e da Dinamarca, foi agora anunciado que a delegação se limitará a visitar Pituffik, uma base espacial militar dos EUA. Seja como for, a intolerável pressão mantém-se.