O historiador da arte austríaco Alois Riegl considerava o monumento uma obra criada pela mão humana com a finalidade de conservar presente, na consciência das gerações atuais e futuras, a lembrança de determinada acção ou de uma existência passada que se deseja conservar como modelo. Este objectivo enfrentou sempre condicionalismos vários. Desde logo, sendo obra de arte pública, o monumento é construído necessariamente por quem detém a autoridade política ou por um grupo que, mesmo não se encontrando no centro do poder, tem capacidade para impor determinadas formas de reconhecimento do passado. Afinal são quase sempre os vencedores e os fortes os responsáveis pelos monumentos que conhecemos, pois são eles quem detém capacidade para os erguer, para os preservar e, acima de tudo, para fazer repercutir um significado que lhes é colado. Os chamados «anti-monumentos», destinados a contrariar os que possuem uma origem oficial, e por este motivo dotados de uma intenção subversiva, assumem um papel não-consensual e geralmente efémero. Porém, nem por isso menos importante.