Um responsável militar qualquer – já esqueci o nome do senhor, admito – afirmou ontem publicamente, a propósito das reivindicações salariais castrenses, que «os militares não são uns quaisquer funcionários públicos». Eu estava convencido que eram, devo confessar. Não sabia que tínhamos regressado ao tempo das guerras privadas. Ou desses mercenários de quem dizia Maquiavel não terem «outro amor nem outra razão que as mantenha em campo a não ser um pouco de soldo». Será que estas pessoas empoleiradas nos seus little tanks não perceberam que estão atrás dos bombeiros, da polícia, da protecção civil e dos nadadores-salvadores em termos de relevância social? E que deveriam tratar da vidinha dando o menos nas vistas possível, em vez de se porem em bicos de pés exigindo um tratamento especial e a preservação de privilégios?