«Vocês são mesmo ordinários, foda-se!». Foram as palavras de um Al Berto em «fúria controlada», quando, em 1992, foi vaiado por um grupo de estudantes universitários, soi-disant irreverentes e mais ou menos etilizados, durante uma sessão de leitura de poesia que decorria em Coimbra. A mesma Coimbra onde o poeta, morto há dez anos, nascera em 1948, e cuja Câmara Municipal proclama agora o «Museu da Irmã Lúcia» e o concurso local de Misses como parte integrante do seu roteiro cultural. A minha cidade tem também destas tonterias, mas o problema não é com ela, garanto. É (tem sido) apenas com alguns dos seus habitantes (verdadeiros ou putativos).
O lamentável episódio foi gravado e pode ouvir-se aqui (16m08s):
A recordação do momento e esta gravação chegaram-me através d’A Origem das Espécies, de Francisco José Viegas, e foram inicialmente colocadas em linha, no blogue Frenesi – Livros, por Paulo da Costa Domingos.