Em ambas as sedes de candidatura o bar tem um lugar destacado. Passam muitos militantes a mastigar frutos secos e a beberricar qualquer coisa com umas pedras de gelo lá dentro, o que lhes dá um certo ar de profissionais de seguros em intervalo de acção de formação.
Será bom para Marques Mendes ter perdido. Parecia mais capaz, e mesmo mais feliz, quando passava mais tempo em Fafe e não precisava de se pôr todos os dias em bicos de pés. Embora ao lado de Carlos Coelho e de Macário Correia até se assemelhe a um «Grande Português».
Acho Ângelo Correia uma figura simpática. Talvez seja por ele não se importar de se meter ao barulho. Ou por parecer aquele tio que nunca tivemos mas imaginamos a almoçar com um guardanapo à volta do pescoço e a contar anedotas cheias de subentendidos. Ou por dizer quase sempre, com um ar sábio, a primeira coisa que lhe vem à cabeça.
Quando Menezes entrou no salão de hotel para fazer o seu discurso de vitória, numa das paredes um enorme ecrã de plasma continuava a projectar primeiros planos de José Mourinho. Parece perseguição, mas sabe-se lá se será premonição.
Apreciei as toilettes das senhoras. E mais ainda os respectivos penteados. Mas já não percebo porque razão os homens militantes copiam os da geração anterior e não cuidam um bocadinho mais do aspecto, não se mostram mais frescos e modernos. Como José Sócrates, por exemplo.
As duas partes foram falando, sem ponta de ironia como lhes competia, de um confronto «vivo», «franco», «aberto», «civilizado». Não é possível imaginar aquilo que teriam dito se assim tivesse de facto acontecido.
E amanhã será outro dia.