O 5 Dias é um blogue que acompanho desde a abertura, e que nas diversas fases pelas quais foi passando me habituei a seguir com atenção, mesmo quando (ou justamente quando) exibia posições das quais discordava. Todos os colaboradores escreviam muito bem, as opiniões eram diversas mas fundadas, a informação rápida mas criteriosa. Mentiras, calúnias, verborreia e embustes nunca por ali se viram, excepto quando a óbvia ironia ou a casual brincadeira o requeriam. E assim se mantiveram as coisas até há pouco tempo, quando o panorama começou a mudar rapidamente com a chegada de alguns colaboradores que, para além de fazerem baloiçar a base de apoio do português, se servem de algumas das técnicas habitualmente utilizadas por fascistas ou delinquentes. Pois de que outra forma posso compreender artigos como este (fazendo lembrar o chamado «paleio de retornado» do antigamente)? Ou a apresentação, sem qualquer identificação mas contendo uma insinuação grave, desta imagem (decalcada aliás de uma outra, essa assumidamente ficcionada, utilizada no filme de propaganda franquista Sin Novedad en el Alcazar)? Jamais abriria a boca se estes posts surgissem num blogue qualquer – que estivesse confinado, como A Terceira Noite, a umas centenas de seguidores fiéis que aguentam estoicamente a irregularidade dos registos e a ausência de comentários – mas já me parece perigoso quando este tipo de processos chegam a blogues reconhecidos por muitos como um espaço de referência. Nada tenho a ver (era o que faltava!) com o caminho pisado pelo 5 Dias, e não vou, garanto, entrar numa guerrinha de Alecrim, mas diz-me respeito a exibição pública da ética do vale-tudo para subir no Blogómetro (onde ATN estava ontem num discretíssimo 119º lugar). E apetece-me dizê-lo a quem me lê.