Biden, Groucho Marx e a China
Considerando o tortuoso trajeto dos últimos cem anos anos, se de algo a política externa norte-americana não pode ser acusada é de coerência. Não me refiro à maldade ou à bondade das suas escolhas – essa será outra conversa -, mas da sua permanente capacidade para dar uma no cravo e outra na ferradura, usando o poderia económico e militar de que dispõe para tomar medidas e afirmar escolhas tantas vezes profundamente contraditórias. Talvez Rossevelt e Obama tenham, pelo menos em parte, procurado escapar a esse destino, mas ainda assim não o conseguiram de todo. E Joe Biden, com a forma como organizou a saída do Afeganistão, o modo como encarou inicialmente o problema ucraniano, e como está a tratar a vontade de reunificação do território chinês por Pequim, está a garantir um capítulo mais nessa tradição de incoerentes ziguezagues.
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