Vigilância em rede
Quando comecei a usar a Internet, nos idos de 1993, e durante uns seis ou sete anos, tudo aqui parecia positivo. Bem, quase tudo: ocasionalmente, muito ocasionalmente, lá surgia alguém mais agressivo ou oportunista a estragar o ambiente em seu proveito, mas essas pessoas compunham apenas uma pequena franja, uma vez que o anonimato era ainda raro, o reconhecimento de quem intervinha possível e, acima de tudo, existia uma ideia, então dominante, sobre o o uso deste meio como um lugar de utopia, onde era possível aprofundar o conhecimento, a criatividade e mesmo a democracia. Nessa altura ainda era impensável que alguém escrevesse algo tão negro – alguns dirão, «realista» – como o que se segue, chegado hoje por email.
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