PSD ganhou as eleições europeias em Portugal. O Bloco de Esquerda ganhou mais espaço e atingiu o seu Evereste. O PCP «subiu 20 por cento» e diz que ficar atrás do BE «não é uma derrota». O CDS esmagou completamente as empresas de sondagens. O Movimento Esperança Portugal afirma ser já «um estádio da Luz cheio de gente». O MRPP conseguiu o seu «objectivo primordial» que era «subir em percentagem». Mesmo a votação do Partido Socialista foi apenas e só «decepcionante». Pelo que percebi, o único vencido por estes dias foi o Paulo Pereira Cristóvão. Nas eleições do Sporting.
O «porreiro, pá!», acompanhado de um rijo aperto de mão, dirigido por um conhecido governante português a um dirigente europeu seu compatriota no final da conferência de imprensa na qual ambos anunciaram o acordo obtido na Cimeira Europeia de Lisboa de 2007, deu a volta ao país pela mão de comentadores, bloggers e políticos. Entre ambos, a expressão traduzia um código geracional destinado a sinalizar um pacto, contentamento, familiaridade. Para muitas pessoas, no entanto, representou uma maneira superficial, quase ofensiva, de abordar um assunto e uma decisão que não admitiam ligeireza de modos. O Bloco de Esquerda transformou mesmo a palavra em ferramenta da sua propaganda eleitoral, exaltando a nota negativa mas deslembrando que a palavra já quase se não usa fora dos espaços sociais provindos dos antigos circuitos estudantis e urbanos.
De facto, «porreiro» já era. E era apenas para alguns, mais privilegiados. Era «bom, excelente», como era «simples, prestativo». «Gajo porreiro» era, «entre a malta», o sujeito camarada, boa rês, «cara legal» capaz de reagir com simpatia até quando alguém lhe assentava nas costas, à socapa, uma palmada das fortes. «Porreiro» era o tipo que não se importava que lhe cravassem cigarros atrás de cigarros – no tempo em que as pessoas normais fumavam – e jamais pedia de volta os cem paus que emprestara no mês passado. Era o sujeito sem manias, simples, pouco dado ao espectáculo, capaz de ouvir sem se impor aos outros. Uma espécie de Doutor Moreira ao contrário. Um José Mourinho às avessas. Já «miúda porreira» era aquela fixe, camarada mesmo, que se não esquecia dos nossos anos e nos dava metafísicos chocolates ou parzinhos de peúgas. Gente assim, «porreira» mesmo, ou efectivamente «porreta», capaz de dar uma mão na hora H, ainda existe, mas já poucos a identificam dessa forma. Só mesmo aqueles que ainda se servem do vocábulo «pá». Mas esse, pá, dará outra entrada deste ABC.
PS – Dizem-me por mail que «porreiro» é também uma palavra usada no Brasil «para definir o cara que só vive de porre», podendo igualmente significar «pinguço, cachaceiro, pé de cana, garganta de alambique, etc.» O que não me parece contradizer aquilo que atrás ficou escrito.
Um momento de distracção, um baixar da guarda, e caímos em mais um nó de publicidade intrusiva via SMS. Visitante ocasional das bombas da CEPSA, preenchi um «cartão de cliente» e comecei de imediato a receber propostas e lembretes. Não esperava é que estes me chegassem num espanholês críptico e futebolino.
«Sou um “partidaço”! Sou desconto en combustível. Tire o maximo partido de mim. Va hoje ao seu Posto de Abastecimento. Sou seu Cartao Porque Eu Volto.»
Já não há estafermos. Dos verdadeiros. Bonecos daqueles, feitos de ferro e madeira, que serviam na Idade Média para treino da cavalaria. Com os braços abertos, num deles uma arma – espada ou albarda, maça ou clava -, e no outro um escudo, simulavam, presos a um eixo vertical sobre o qual podiam girar, gestos repentinos de ataque e de defesa. Com os cavaleiros a procurarem acertar-lhes com a lança sem serem atingidos pelo pronto açoite. Mas estafermo foi também designação que servia para nomear a pessoa inútil ou incomodativa, sem mais serventia que não fosse a constrangida atrapalhação dos outros. Ou alguém pasmado, estático, que facilmente se deixava surpreender sem mostrar reacção. Do latim stare, estar, fermo, fime, claro. Pelo século XVII, no português e no castelhano, passou a aplicar-se também a uma pessoa particularmente malparecida e de aspecto desagradável, servindo muitas das vezes, em tempos nos quais mais facilmente se perdoava a insana deformidade dos homens que a ausência de gravidade que pudessem mostrar, para classificar mulheres particularmente feias, descuidadas, ou às quais as marcas da idade tivessem invalidado a já esquecida beleza. O gradual sumiço da palavra do léxico do quotidiano tem-nos tornado, por isso, um pouco menos cruéis.
Não sou mahleriano suficientemente conhecedor das maquinações da arte para reconhecer sem pestanejar qualquer intérprete ou leitura da obra do boémio. Apenas um melomaníaco suficientemente tenaz e q.b. treinado de ouvido para separar o irrepetível, o excepcional, do que é apenas técnica, competência e gosto da arte. Das versões que conheço da Sinfonia No. 2, «Ressurreição», de Gustav Mahler, aquela que me chega agora aos ouvidos, com o venezuelano da moda, Gustavo Dudamel, à cabeça da Orquestra Sinfónica Juvenil Simón Bolívar, destaca-se como espantosa e absolutamente única. Uma música ecuménica, jogando a todo o instante com o risco, com uma vibração cantante, latina, que dilui o eco sombrio e funesto, em regra associado ao trabalho do compositor, que tem condicionado a maioria dos seus intérpretes. Notável numa peça que possui a morte e a possível eternidade da vida como motivo central. O encontro feliz com um Mahler estival. Eu gosto muito, alguns mahlerianos provavelmente não.
Palavras e frases em vias de extinção que pressagiam problemas de comunicação para quem insista em usá-las. Uma série sob a forma de serviço público para os mais distraídos.
Brincar aos cowboys
Tirando os momentos de exasperação de alguns políticos locais e treinadores de futebol quando se esforçam por defender a sisudez avisada do seu trabalho – insistindo em que não andam «a brincar aos cowboys» – a expressão já quase não corre. «Brincar aos cowboys» é uma actividade inusual numa época em que a celebração ficcionada do passado parece limitar-se ao cinema, ao romance e aos jogos de computador. Os heróis americanos são agora menos importantes para a fundação das paisagens quiméricas das gerações mais novas, e, a existirem, habitam apenas cenários de fantasia povoados por monstros ou por seres com poderes especiais. As crianças já não se divertem com «índios e cowboys» porque eles não fazem parte do seu mundo.
Todavia, como herói favorito da literatura do Oeste americano construída na segunda metade do século XIX a partir do modelo do James Fenimore Cooper, o cowboy viveu uma época de ouro no imaginário da primeira metade do século passado. O sorriso de Gary Cooper, o olhar cortante de Clint Eastwood e a insolência de John Wayne, como as constantes peripécias da família Cartwright na série televisiva Bonanza, deram várias voltas ao mundo. A realidade histórica que fundara o personagem – marcada quase sempre pela dureza de uma vida de solidão, miséria e incerteza – foi dando lugar a uma imagem artificial, embelezada, desenhada sobre um horizonte atraente, que durante décadas se tornou sedutora para gerações de crianças e de jovens necessitados de uma utopia de aventura, individualismo e amizade. Uma incarnação do sonho americano que parecia integrar, na sua definição formal, essa dimensão, lúdica porque incerta, que as fazia «brincar aos cowboys» com pistola de fulminantes ou um arco artesanal. Projectando, sobre um árido mas exaltante panorama, a vida que não tinham e, isso elas não sabiam, que jamais teriam.
O mito permanece agora associado à tradição cultural promovida nos folhetos turísticos de algumas cidades da América, mas a sombra do chapéu desapareceu definitivamente das nossas ruas. Já ninguém quer «brincar aos cowboys» ou tem sequer saudades deles. Resta o frágil vestígio no falar desatento de uns quantos. Ou as velhas revistas que foram inventando os passos do incansável Texas Jack. Ou a voz country de Linda Ronstadt. Ou a imagem fugidia de Heath Ledger em Brokeback Mountain.
Não vivemos em guerra, pelo menos por enquanto, nesta parte do mundo que nos cabe habitar. E todavia precisamos de coragem para enfrentar um dia, depois o outro, num tempo em que o nosso futuro material se tornou imprevisível, quando os laços pessoais são cada vez mais instáveis, quando o horizonte ecológico se mostra mais sombrio, quando a História acelera e desafia a todo o instante as nossas capacidades de adaptação. Mas onde encontrar hoje modelos de coragem? Diferentemente do tempo no qual se destacavam as figuras modelares do herói ou do santo, agora não existe um, ou dois, mas sim inúmeros exemplos de coragem, medidos por diferentes bitolas. No limite, cada um de nós pode servir-se do que lhe parecer conveniente: Aquiles, o guerreiro homérico, ou o ser «condenado a ser livre» de Sartre, o grande homem ou o homem comum, o sábio eminente ou o herói por um dia que vemos no telejornal. Aqui não há lugar para o relativismo: todos eles põem em campo, cada um à sua maneira, paciência e perseverança, acção e reflexão, conhecimento e ousadia. É da essência da coragem, dos seus novos padrões, e de algumas pessoas corajosas, que trata o último número, o 29, da revista francesa Philosophie Magazine. Para perceber um pouco melhor como eles mudaram e não mudaram ao mesmo tempo. [Este texto apropria-se parcialmente, reescrevendo-o, de um parágrafo da PM.]
A memória supérflua do meu pré-Abril está cheia de sabores, odores, sonidos. O gosto do refrigerante Canada Dry, consumido como sucedâneo da acossada Coca-Cola. O dos chocolates Candy-Bar com recheio, nos quais fui viciado. O do melão verde escuro vendido porta-a-porta. O cheiro a tinta do Século Ilustrado que saía aos sábados. E o do creme Benamor usado pelas senhoras. O da cola Peligon. O da graxa para sapatos nas manhãs de domingo. O compasso dos tangos e pasodobles no Programa da Manhã da Emissora Nacional. Os Shadows a tocarem Apache. O Nat King Cole. A Filarmónica transpirando Verdi atrás do turíbulo de Agosto. O fado no rádio de pilhas. O toque de caixa no 10 de Junho. Como tudo passava devagar e na aparência nada sucedia, havia tempo para registar os detalhes. Ainda à sombra do retrato do velho.
O governo da Dinamarca prepara-se para transformar a sesta num direito dos trabalhadores das áreas da Saúde e da Assistência Social. Este será mesmo remunerado, embora não possa ultrapassar os vinte minutos diários. A medida foi já adoptada, a título experimental, em 1800 empresas privadas de outros sectores. O direito a um dia de baixa por morte de animais domésticos ficará também consagrado na lei geral do trabalho. Tanto por fazer e nós aqui a perder tempo com o não-sei-quantos rangel e o professor assertoado.
Mais ou menos 24 horas depois – Recebo um mail da Joana Lopes, que, neste momento no Camboja, se choca com estas preocupações quase banais. Transcrevo uma frase sem lhe pedir autorização: «Será possivel, viável, um mundo em que se possa dormir a sesta sem que outros (aqui) trabalhem 364 dias por ano, nem se sabe quantas horas por dia? E em que os primeiros ainda se queixam se as empresas são deslocalizadas para dar de comer aos segundos?»
A decisão da Direcção-Geral dos Impostos no sentido de chamar o actual treinador da selecção nacional de râguebi, Tomaz Morais, para numa intervenção sobre liderança motivar os seus funcionários, é uma mina para qualquer blogger com falta de assunto. E funciona para o cidadão contribuinte como um preocupante gesto de intimidação. Vou já regularizar os meus impostos antes que me apareça pela frente um funcionário hipermotivado, com espírito de liderança e espadaúdo.
Como era de esperar, a mudança de morada deste blogue trouxe consigo uma redução temporária (espera-se, claro) dos acessos. Neste momento, para pouco mais de um terço do que ocorria ainda há poucos dias. Parte desta redução deve-se a que muitos visitantes chegam ao blogue através de motores de busca ou de posts citados que apontam para a outra direcção. Mas existe uma porção significativa de acessos que chega através das listas oferecidas por outros blogues ou dos favoritos guardados nos browsers. Pede-se por isso aos amigos e interessados n’A Terceira Noiteque não se esqueçam de actualizar essa informação. Entretanto, devido à extensão da nova barra lateral, a lista completa de blogues recomendados encontra-se agora na página Blogues.
Durante a manhã considerei a possibilidade de escrever um post sobre a reunião dos blogueiros apoiantes dos grandes comunicadores Kim Jong-Il e Lukashenko, mas logo a minha atenção se desviou para a banca dos jornais. Como previsto, já lá estava em exposição o primeiro número da Playboy portuguesa. Convencido de que estava a ser espirituoso, disse à vendedora qualquer coisa como «temos finalmente a Playboy connosco». Mas esta não mostrou ter descortinado a alusão à conhecida frase do doutor do Vimieiro e respondeu com um «pois» que me pareceu estranhamente frio. A situação pareceu piorar quando se apercebeu de que eu queria mesmo comprar a revista. E não fechámos o negócio sem que ela devolvesse o troco da nota de cinco euros como se eu fosse portador do vírus da peste bubónica.
Mas a compra valeu bem o esforço e a desonra. A revista tem qualquer coisa de sadio e lustroso, com lugar garantido em antecâmara de consultório ou no porta-luvas de um taxista. Trabalho honesto, asseado, sem nada a ver com aqueles exemplares americanos, obtidos à socapa e em segunda mão, com os quais numa certa fase do passado aprendi, como dizia o Sr. Alberto Alfaiate, um pouco das «coisas da vida». Mas estas coisas de vida são, de facto, menos peludas, avantajadas e concupiscentes que as originais, nada que perturbe as famílias. E se alguém duvida é porque não folheou as páginas da novel revista. Ainda me enchi de esperanças quando na Carta do Director li uma frase na qual este aliciava o leitor com um «vamos a isto», mas cedo me desenganei sobre a possibilidade de existirem sugestões menos próprias. Afinal, na Playboy portuguesa fala-se dos sapatos da Madonna sem qualquer assomo de fetichismo e de fotografias tiradas a cheeseburgers por David La Chapelle sem qualquer vislumbre de crítica ao higienismo galopante. Anuncia-se inocentemente que 62% dos homens mais ricos do planeta se casam com mulheres de cabelo castanho e que 4 de cada 10 preservativos vendidos são adquiridos por senhoras. A Conselheira – cujo nome por momentos me pareceu evocar umas certas fantasias – desalenta logo qualquer um ao aconselhar à leitora Paz Diego, de Málaga, para «basicamente dizer ao seu marido não levar a questão a peito, até porque o peito é seu.» E ao pedido «gostava de perceber como funciona o sexo em mundos virtuais como o Second Life», a senhora dos conselhos não respondeu nada que se percebesse. Emocionante poderia ser a entrevista ao futebolista Costinha, mas quando li a pergunta sobre se este «chegou a privar com a realeza monegasca», resolvi passar à frente. Em boa hora, admito, porque logo de seguida dei com as 18 páginas (e um desdobrável) com fotografias de Rute Penedo, uma loira com implantes apresentada como «mulher de Artes». Não pude, no entanto, ver a grande reportagem com atenção porque a senhora da mesa do lado começou a olhar para mim com uma expressão esquisita. Por isso – admito que um pouco cobardemente – guardei a leitura da reportagem com Mónica Sofia, a «estrela da capa», para uma melhor oportunidade.
Acossado pelos olhares da matrona, tive pouco tempo para folhear as páginas que faltavam e me raspar dali. Ainda li uma citação de Bertrand Russel pressagiando a extinção da raça humana no final do século passado. E outra de John Wayne onde este declarava acreditar na supremacia branca «até que os negros sejam educados para atingirem um estado de responsabilidade». Passei os olhos por uma frase de Pedro Paixão na qual o escritor declarava peremptoriamente que «o amor é um trabalho pelo qual se tem de lutar e o que já se conseguiu dissipa-se no passado». E foi nessa altura que percebi ter passado mais de uma hora a tomar estes apontamentos e que já não tinha tempo para escrever o tal post sobre a reunião dos blogueiros apoiantes dos grandes comunicadores Kim Jong-Il e Lukashenko.
Recebo do Francisco José Viegas, que já antes o havia recebido de alguém que entretanto nomeou, um desafio que me desperta. E me leva a quebrar o vago compromisso que havia declarado de meter uma sabática ilimitada em matéria de cadeias-na-linha (prudente, tinha no entanto deixado claro que galgaria o prometido se o desafio fosse irrecusável, sendo afinal este o caso). A proposta é transcrever a quinta frase do texto da página 161 do livro que por estes dias tenho mais à mão. Não preciso de um grande esforço físico, felizmente: estendo a dita e o resultado é surpreendente: «…don’t you know little fool, you never can win?». Uma linha agridoce de Cole Porter em I’ve got you under my skin. A quinta frase, da página 161 da Obra Completa de Nuno Bragança. Aqui n’A Noite o Riso, o romance em forma de tríptico datado de 1969. Segue o desafio para o Luís Januário (ele não gosta de empreitadas, eu sei), a enigmática Miss Allen, o Sr. Pamplinas, a Cristina Gomes da Silva e a Joana Amaral Dias.
No dia seguinte: Acabo de reparar que tinha há alguns meses atrás respondido já a um repto rigorosamente igual àquele ao qual responde este post. O curso rápido da informação amarfanha-nos a memória e leva-nos a pequenos lapsos destes. Todavia, a enunciação pública de duas 5as. frases de duas páginas 161 é qualquer coisa que fica sempre bem no currículo de um blogger.
Que o Deus dos cristãos me perdoe se blasfemo, mas rejubilo por ter chegado a Quaresma e haverem desfilado já pelas avenidas todos os clubes de samba, carros alegóricos e sorrisos de baquelite que havia para desfilarem pelas avenidas. Agradeço-Lhe por existir muito mais beleza na tristeza.
Ainda outra invenção da gente do Google. Acaba de ser lançada uma ferramenta que introduz automaticamente na assinatura das mensagens enviadas pelos utilizadores do Gmail a identificação da localidade a partir da qual estes as escrevem. Bem sabemos que através da referência do IP era já possível uma localização aproximada, mas esta era acessível apenas a uns quantos. Agora qualquer um/uma pode distrair-se e demonstrar através do correio electrónico que não está onde declara estar. Não mais será possível dizer por e-mail sem contar com problemas aquilo que dizia há dias, ao telemóvel, um pacato cavalheiro com o qual me cruzei numa rua de Évora: «Ó Filomena, eu agora não posso ir tratar-te disso porque estou em Huelva!»