A «maldade dos políticos», Camus e a ética
Se fosse forçado a viajar para uma ilha deserta e a ali permanecer incomunicável até ao meu último dia, e se antes de partir me dessem a hipótese de transportar comigo um caixote com livros, embora de um único autor, apesar do desgosto de deixar muitos para trás escolheria sem dúvida os de Albert Camus. Levaria absolutamente tudo o que escreveu e se encontra publicado em milhares de páginas: os romances, os ensaios filosóficos, os diários fragmentados, os combativos artigos de opinião, os discursos públicos, mesmo os apontamentos e notas de leitura espalhados por jornais e revistas, bem como as coletâneas de emotivas cartas que trocou com amigos, camaradas e amantes.
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