Como sabe quem escreve com regularidade livros e artigos, o trabalho de revisão de um original realizado por alguém competente e sensível é crucial, podendo salvar a correção e a elegância do texto, embora possa também traduzir-se em alguns desastres. Muitos autores consagrados, certos deles premiados, sentiriam vergonha ao ler os seus originais publicados sem estes terem passado por essa etapa. E os leitores habituais nem os reconheceriam. Erros e gralhas, repetições de frases ou de palavras, parágrafos pouco claros, falhas de concordância, pontuação deficiente, e por aí afora. Basta, para quem preste atenção, ver como alguma dessas pessoas atabalhoadamente escrevem nas redes sociais e depois o modo como os seus originais são publicados impressos ou no digital.
A caminho do seu décimo-quarto ano de vida, este blogue – que já foi dos mais intensos e regulares da blogosfera nacional, onde entrei, julgo, em 2001 – tem vivido em «velocidade de cruzeiro» nos tempos mais próximos. E nos últimos dois meses tem até permanecido parado. Apesar da crise generalizada da blogosfera, em boa medida associada à concorrência das redes sociais e ao triunfo episódico de uma escrita mais telegráfica, não me parece, de modo algum, que os blogues tenham perdido o interesse e a validade. São eles, afinal, que garantem uma densidade de conteúdos e um vínculo de estabilidade com a memória partilhada impossíveis de ser assegurados por outros meios de comunicação através da rede, já que a maioria dos seus utilizadores o faz de forma mais rápida, curta e efémera. Informo, pois, os/as leitores/as habituais que em breve A Terceira Noite irá regressar a um ritmo regular de edição, com posts de formatos mais diversificados e dentro de uma lógica de renovação gráfica gradual, visando tornar mais fluida e agradável a leitura.
A Terceira Noite tem permanecido bastante mais silenciosa do tem sido o habitual ao longo dos perto de oito anos de vida que já leva. O calamitoso panorama tem vindo a acentuar-se em alguns momentos críticos destes últimos 365 dias. Deve-se tal situação a uma fase de maior trabalho e dispersão do seu autor, mas jamais a uma desistência. Talvez a solução para contornar a dificuldade passe mesmo por alterar um pouco alguns dos conteúdos, integrando textos mais pequenos e fugazes. Vamos ver se é possível. Ou se será esta a melhor saída para o momentâneo impasse. Mas a luta continua. E la nave va…
Este blogue tem estado completamente parado nas últimas duas semanas. E bem pouco movimentado a partir de Agosto. Mais tempo de lassidão, bem mais, do que alguma vez aconteceu desde que abriu as portas nos inícios de 2006. Por nenhuma razão particular: só, só mesmo, alguma falta de tempo e curtos desvios por outros caminhos. Mas está de volta ao ativo como quem nunca saiu daqui.
Qualquer professor, independentemente do grau do ensino no qual exercita a profissão, depara-se a todo o instante com problemas da comunicação associados a erros do português escrito, alguns deles crónicos, que os seus alunos cometem. Quem andasse distraído poderia, no entanto, pensar que no ensino superior essa praga – que tanto deforma os textos e prejudica a sua clareza – se sentiria bastante menos que noutros graus de ensino, mas os últimos anos, e os últimos cinco ou seis em particular, terão servido para desfazer tal ideia. Lemos agora relatórios, trabalhos, testes escritos, e-mails dos alunos, nos quais as palavras incorretamente escritas, a par de uma sintaxe cada vez mais trôpega ou simplificada, por vezes inadequada ao padrão de discurso no qual se está a procurar comunicar, representam um verdadeiro tormento, prejudicando a expressão fluida mas rigorosa do conhecimento. (mais…)
Durante algum tempo mantive um outro blogue pessoal. Nostalgia Futura foi, desde o início, um espaço diferente deste. Aparentemente menos associado à actualidade política e mediática, tratava-se de um bloco de apontamentos pessoais, contendo memórias, fragmentos de livros, poemas, diálogos, vídeos, músicas, frases soltas outras miudezas. Retomo-o agora como espaço para respirar fora das urgências deste ciclo infernal para o qual fomos empurrados. A proposta permanece a mesma: trilhar, sem compromissos mas com uma missão, «rotas próximas, paisagens à parte, como no cinema». Está aqui mesmo.
[Naturalmente, A Terceira Noite manterá o seu próprio caminho.]
A Terceira Noite tem estado quase muda e praticamente imóvel, como não acontecia há muito tempo, há bastas luas, há uma razoável parte da minha vida. Um aviso aux habitués (vai mesmo em francês, para contornar o excesso de linguagem inclusiva que tantas vezes desanca no prazer de ler e de dizer): não, nada de grave aconteceu, não há desânimo, nem falha de corrente, nem existe portaria a ser prometida, e logo desmentida, que me desvie da mania de teclar em público e de bradar aos céus. São só, e mesmo só, as circunstâncias: algum trabalho a mais, calos nos dedos, demasiado terreno agreste por onde dispersar o fraco engenho que a canseira e a teimosia se esforçam por disfarçar. Já venho.
No final de agosto de 2011, há precisamente um ano, após alguma medição dos prós e dos contras, este blogue passou a seguir o último Acordo Ortográfico da língua portuguesa. A propósito da data, regresso a dois posts que entretanto escrevi – um nessa altura, o outro há apenas seis meses – republicando-os em conjunto com ligeiras alterações formais. Não procuraram justificar uma posição olhando para os detalhes, o que remeteria para a longa polémica na qual têm intervindo especialistas e leigos. Mas tentaram contrariar o sectarismo e cegueira que nada resolvem.
1. Ação! (para o bem e para o mal) (Agosto de 2011)
Ainda não falei da decisão de passar a servir-me, neste blogue como na vida lá fora, do Acordo Ortográfico da língua portuguesa em vigor. Sem referir argumentos utilizados no debate longo e por vezes exaltado que antecedeu a sua aprovação e tem envolvido a sua aplicação, invocando razões para se ser contra ou a favor às quais fui algumas das vezes igualmente sensível, poderia explicar-me com as imposições que me chegam de fora: documentos oficiais que tenho de redigir e assinar nos quais a partir de 2012 me será exigida a aplicação da nova norma, por exemplo, ou as recomendações de redações e de editoras que pedem com insistência os originais num português atualizado segundo o Acordo. Noutra direção, poderia dizer que o fazia para me revelar um sujeito à la page, desperto para os upgrades do real. Mas só isso não chegaria para me levar a mudar a medida da escrita da qual me sirvo há mais de meio século. Acrescento por isso duas outras razões. (mais…)
No ano passado o programa da TVI Combate de Blogs designou-me «blogger do ano». Na altura, o facto inquietou-me um pouco, por motivos que então expliquei (poderá revê-los). Filipe Caetano, o responsável pelo programa, sugeriu entretanto que fizesse parte do painel que nomearia os candidatos deste ano aos melhores blogues de esquerda, de direita, coletivos, individuais e revelação. Sob novas condições, aceitei a proposta e colaborei então na escolha – obviamente discutível e parcial – dos que vão agora a votação. Um deles é uma vez mais A Terceira Noite, que não estava evidentemente entre aqueles que nomeei. Se quiser, pode votar aqui até ao dia 5 de janeiro.
Para os amigos, os seus leitores, os colegas de profissão e os companheiros das muitas causas com as quais se foi envolvendo, João Martins Pereira (1932-2008) permanece como uma referência da oposição de esquerda ao Estado Novo, da resistência às agressões do capitalismo e, já em plena democracia, da crítica aguda e inteligente à política oportunista e fulanizada. Engenheiro de formação e de profissão, ensaísta atento, governante efémero, jornalista acidental, escritor de causas, estudioso da história do capitalismo português e de economia industrial, foi também um independente obstinado, um marxista heterodoxo, um sartreano radical. E sempre um pensador inconformista, empenhado numa intervenção pública que entendia como igualitária e democrática.
É deste português exemplar, e dos temas que o preocuparam e com os quais persistentemente se envolveu – muitos deles confluindo com o nosso presente –, que tratará o Colóquio-Evocação «João Martins Pereira e o seu, nosso tempo», a ter lugar nos dias 25 e 26 de Novembro, nesta sexta-feira e neste sábado, no Auditório do Picoas Plaza, em Lisboa. A organização é do Centro de Estudos Sociais e de Centro de Documentação 25 de Abril e integrará uma pequena mas significativa exposição. Pode consultar aqui o programa completo e a lista dos intervenientes. E recolher um flyer para divulgar ou imprimir. Pode ainda ler a partir daqui dois posts saídos neste blogue há cerca de três anos.
Quase a consumarem-se cinco semanas (e meia) passadas sobre a adoção por este blogue do último Acordo Ortográfico da portuguesa língua. Agora por mim usado também na escrita praticada lá fora. Hesitei um pedaço antes de me decidir, condicionado por algumas dúvidas e atavismos. Forcei-me de certo modo a fazê-lo, empurrado em parte por determinados deveres. A verdade é essa e na altura tudo ficou explicado. O que posso dizer agora, após este tempo de ginástica e aprendizagem, é que me custou muito menos dar o salto do que inicialmente supunha. De facto (sim, com c), até me tem dado algum prazer renovar a escrita e perceber, e sentir, e fruir, o modo como a distância entre ela e a fala se encurtou e tornou até mais natural. Só me custa ainda, e provavelmente continuará a custar um tanto, escrever com minúscula o nome dos meses e das estações do ano. Coisa pouca, afinal. Menos que apanhar uma vacina.
No ar uma nova disposição gráfica. Como acontece sempre, haverá quem goste, quem não goste muito e quem lhe seja indiferente. Procurou-se sobretudo encontrar uma forma de privilegiar o texto e a imagem, reduzindo o ruído suscitado até agora pelas limitações do espaço útil, pelo impacto visual da tonalidade sombria e por problemas na gestão dos arquivos do blogue. Ainda existem aspectos gráficos e de funcionalidade a afinar, o que será feito ao longo dos próximos dias. Se algum(a) leitor(a) deparar com alguma falha grave e quiser comunicá-la, encontra na base desta página o endereço para o qual pode escrever. Um obrigado desde já pela ajuda. E outro para os companheiros e as companheiras, cada vez em maior número, que por uma qualquer razão para mim completamente obscura insistem em voltar a este espaço.
Têm sido dias danados, estes últimos. Para a maioria dos portugueses em primeiro lugar. Mas também para o autor deste blogue. Ao estado de tristeza e indignação que partilha com tanta gente, juntou-se uma estirpe de gripe que se prolongou por semanas, associada a muito trabalho acumulado e a alguns reacertos forçados na ordem dos seus dias. Daí este blogue andar outra vez menos movimentado, arrastando-se num estado aparentemente letárgico. Saibam no entanto que é só aparência. Logo que possível, em breve espera-se, A Terceira Noite regressará à normalidade. E mais: prepara uma surpresa para os seus (e as suas) mais indefectíveis cúmplices. Se tudo correr bem e o FMI não nos tramar de vez, lá para Maio perceberão do que se trata. Keep in touch, portanto!
Há dois dias este blogue ultrapassou o meio milhão de visitantes. Em números mais ou menos rotundos isto significa uma média de quase 300 visitas únicas diárias ao longo de um pouco menos de cinco anos. Já a visualização total de páginas por dia, essa ronda as mil. Para um blogue a solo que quase não fala de política local, das chicanas da blogosfera, de sexo explícito ou das transferências do futebol, que mantém um registo relativamente intimista e um padrão de escrita pouco popular, não parece nada mau. Aliás, quando o número de visitantes quotidianos ultrapassa os quinhentos pigarreio um pouco e penso logo que alguma coisa não está bem. Dá portanto para as despesas. Isto é, para manter noite adentro, extorquindo horas ao sono, entre cigarros e bebidas quentes, o prazer de escrever para pessoas que se aqui entram uma vez e depois regressam é porque se sentem bem. É sobretudo para elas – algumas transformadas entretanto em amizades das verdadeiras – que segue um imenso abraço. Acompanhado de um obrigado pela companhia e pela persistência.
Tal como aconteceu com milhões de pessoas, só em 2010 transformei realmente em hábito a experiência do Facebook. Tendo servido de batedor na utilização da Internet fora dos centros de computação, usando-a diariamente a partir de 1994, passei por diversas fases, tanto na rotina dos processos técnicos quanto nas vias e expectativas da comunicação partilhada que é a sua essência funcional. Primeiro foi o pequeno grupo de pessoas conhecidas, saído ainda das antigas redes universitárias. Depois um colectivo alargado, com uma dimensão territorialmente ampliada mas com um volume de participantes e de tráfego que assegurava um estilo próprio do grupo reservado. O grande salto veio de seguida, no período das revistas electrónicas – geri uma entre 1996 e 2002 –, com a tentativa de usar uma ferramenta barata para chegar a um grupo ampliado mas ainda identificável. A quarta etapa arrancou por volta de 2004, com a generalização do acesso à rede, a impessoalização de uma grande parte dos contactos e depois o crescimento da opinião partilhada introduzido pelos blogues. Ao longo das quatro etapas resisti sempre a participar nos modos de comunicação em tempo real, como chatrooms, o IRC, o MS Messenger ou, bem mais próximo, o Hi5. Para ser sincero, pareceram-me sempre espaços de conversa que substituíam de maneira bastante artificial a velha e calorosa prosa de café. Com a agravante, dada a ausência de rostos, de desresponsabilizarem as pessoas pelo que escreviam/diziam, dentro de um clima um tanto insalubre, pouco compatível com a reflexão, a reserva, o prazer e a disponibilidade de cada um.
O apelo do Facebook foi diferente. Apesar do carácter egotista e publicitário dos processos usados e de muitos dos conteúdos, apesar do apelo à atitude compulsiva que bastantes vezes projecta, apesar da capacidade para arremessar para o domínio do público aquilo que cada um até agora ciosamente guardava no campo do privado – «Facebook is watching you», avisava há tempos um título da Manière de Voir –, a diversidade de processos que combina tem permitido a construção de pequenas comunidades. Capazes, sobretudo antes de se chegar ao ponto em que o número de «amigos» ultrapassa o razoável transmutando o grupo em multidão, de partilhar experiências, prazeres, informações, ideias e causas. Philippe Rivière chamava-lhe há dias «espelho mágico», mas esta magia contém os mesmos dois flancos magnéticos de todas as magias: a manipulação e o encantamento. No entanto, não vejo no segundo nada de necessariamente negativo, desde que quem se deixe encantar o faça conscientemente e no uso da sua liberdade. Claro que já é mais perigoso e movediço esse lado obscuro dos «amigos» mirones que não escrevem mas registam o que escrevemos, que usam a plataforma como mera tribuna pessoal ou partidária, que ignoram a dimensão lúdica deste instrumento recuando diante da menor frase mais livre ou intimista. Mas nada disto é novo e onde há muita gente a complexidade humana sempre exponencia tanto as suas qualidades quanto os seus defeitos, aproximando, separando e reagrupando. No que me diz respeito, quando o registo informativo e questionador, divertido e cúmplice, deixar de ser possível, trocarei de arquipélago. Até lá, e enquanto o hábito não tolher a liberdade, acredito que me mantenho num caminho transitável. Com alguns recantos acolhedores.
Nos meses longos e intensos que se seguiram à Revolução dos Cravos, a publicidade paga dos jornais encontrou uma invulgar fonte de receita. Muitos portugueses que por um qualquer motivo se viram acusados de terem sido agentes ou informadores da PIDE resolveram declarar em público a sua putativa boa-fé, atestando perante Deus e a Nação que jamais haviam pertencido à famigerada corporação. Um dos casos com mais impacto na época foi o do «Inspector Varatojo», que por se ter servido deste pseudónimo num programa da RTP sobre literatura policial e criminologia se tornou suspeito, como aconteceu aliás com alguns inspectores, estes dos verdadeiros, da Polícia Judiciária, das Finanças ou do Ministério da Educação, de ser agente da PIDE.
Evoco este episódio por me ver envolvido numa situação relacionada com a nomeação para «blogger do ano» numa votação promovida pelo programa de televisão Combate de Blogs. Já aqui disse que distingo os presentes dos prémios e que me parece fazerem os segundos algum sentido quando se apoiam num colectivo e exprimem reconhecimento. Como me pareceu ser o caso, não me mexi e até estava a achar alguma piada ao lado puramente lúdico da iniciativa. Não me afligiu sequer a possibilidade longínqua de poder vir a ganhar o referido prémio. A Terceira Noite é um blogue individual, sem comentários – a média de acessos únicos diários desceu aliás quando por motivos de higiene mental acabei com eles –, escrito sem a intenção de falar para toda a gente e mais interessado em estabelecer laços com uma pequena comunidade do que em fazer doutrina e pôr os contadores a girar. Convenci-me por isso de que o número de pessoas que votariam em mim seria sempre residual. Limitei-me a tomar nota e a dormir sobre o assunto, visitando o site uma ou outra vez para acompanhar o jogo para o qual tinha sido convocado.
Ora acontece que estando de início num honroso mas modesto lugar a meio da tabela, saltei de repente para um destacado primeiro lugar. Não pulei de alegria pois sabia que ninguém me iria dar um cheque com muitos zeros em caso de vitória. Bem pelo contrário, fiquei ligeiramente preocupado quando constatei que a esmagadora maioria dos votos tinha entrado de forma maciça algures entre as 4 e as 7 da manhã, hora na qual todos os gatos são pardos e, em Portugal, a maioria das pessoas sã de corpo e de espírito se dedica a pôr o seu sono em dia. Daí a correrem suspeitas públicas de se terem instalado «rotativas de IPs» (é quase certo, aliás) ou de eu me dedicar a pressionar cidadãos eleitores maiores e vacinados, foi um passo. Claro que tudo isto vale dois caracóis, mas admito que não gosto de ver-me envolvido em eventuais fraudes para alcançar um qualquer galardão.
Como é evidente, as pessoas que estão na origem da votação nada têm a ver com os contornos deste episódio lamentável. Acredito por isso que compreendam ser legítimo que eu mantenha algumas suspeitas – se elas forem infundadas, tanto melhor, mas estou convencido de que o não são – e não goste de me ver atascado em terrenos pantanosos dos quais quero distância. Como diria o Almirante Pinheiro de Azevedo, nosso Capitão Haddock de carne e osso: «É uma coisa que me chateia, pá!»
Adenda em 1/1/2011 – Espero não ter de voltar a escrever sobre este assunto (triste, embora não insignificante, dada a sua relativa visibilidade). Relato apenas um episódio que deixo à consideração de quem aqui chegar por causa dos ecos. Nas últimas horas da votação choveram mais umas chapeladas, tendo a última decorrido a segundos da meia-noite, quando seria suposto estar toda a gente a festejar a passagem do ano: nessa altura entraram mais de 200 votos, fazendo com que o meu nome cortasse a meta em primeiro e ao sprint. Como qualquer pessoa inteligente entenderá, só alguém completamente estúpido cometeria uma falcatrua tão óbvia em causa própria. Quanto aos objectivos de outrem, desconheço-os.
Há bem mais de um ano que não controlava as frases depositadas nos motores de busca que transportam os leitores irregulares até este blogue. Mas devia fazê-lo mais vezes porque aprendo sempre imenso sobre as fantasias e os conflitos mais cavados de quem me lê de raspão. Nesta semana duas frases se destacam de todas as outras: «meninas vestidas de soldado» e «se eu gostasse muito de morrer». Em ambos os casos a minha imaginação, que por estes dias se tem sentido tristemente paralisada, libertou-se e voou à solta. E a sua?