Nova paisagem, o combate de sempre
Ninguém no seu juízo pode avaliar a agonia que atravessamos numa lógica de otimismo. Pelo que estamos a viver, pela impossibilidade de estabelecer metas temporais para as etapas que se seguem, e sobretudo pela certeza de que nada mais será como dantes. É impossível, salvo entre pessoas tolas, ignorantes ou escravizadas por dogmas, conceber a vida futura como exatamente igual àquela que abandonámos há cerca de um mês. Algumas práticas voltarão a ser o que eram, ainda que adaptadas – não é concebível, por exemplo, regressar a cafés e restaurantes fechados em que toda a gente se acotovela – mas outras surgirão, inteiramente novas ou herdeiras daquelas que temos vindo a testar. Velhas formas da vida social, processos tradicionais de trabalho, modos e ritmos do divertimento, até a vida pessoal e familiar, irão mudar, mais ou menos lentamente, de forma mais ou menos profunda, mas irreversivel.
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