Arquivo de Categorias: Opinião

O poder subversivo da sátira

Há poucas semanas, o The New York Times pôs termo à publicação de cartoons. Fê-lo na sequência da polémica em torno de um desenho do português António, que o próprio diário, após queixas de leitores, acabou por aceitar poder ser considerado «antissemita». O trabalho de António tinha sido publicado pelo jornal sem autorização do autor e um dos que se pronunciaram de forma mais violenta contra a sua inclusão no diário foi Donald Trump Jr., o filho mais velho do presidente. O desenho representava o seu pai como um cego vestido de rabino e conduzido por um cão com a cabeça do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu. A crítica dos leitores poderia ser legítima, mas a decisão foi radical. Vinda de uma publicação de bom nível jornalístico e cultural, que tem defendido a liberdade de expressão e é conotada com a oposição democrata a Trump, ela é particularmente chocante e um grave sinal dos tempos.

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    Atualidade, Democracia, Opinião

    Defender o crime não é opinião

    Como qualquer democrata sincero que o tenha lido, senti-me ofendido com o artigo racista, xenófobo e discriminatório, intitulado «Podemos? Não, não podemos», que Maria de Fátima Bonifácio assinou a 6 de julho no diário Público. Pelo seu significado político, no sentido amplo do termo, tendente a exacerbar ódios e incompreensões num tempo já de si tenso e conturbado no que respeita à aceitação da diferença étnica e cultural, mas também por se escudar numa credibilidade académica que lhe dá alguma autoridade e, por isso, o torna particularmente perigoso.

    Porém, a verdade é que nem será preciso um grande esforço para constatar que até esta credibilidade é colocada em causa pelo artigo em questão: a referência à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão «decretados pela Grande Revolução Francesa de 1789», considerando-os excludentes em relação a grupos humanos, nomeadamente a «africanos» e a «ciganos», é um erro histórico clamoroso. Na realidade, o texto-chave da história contemporânea aprovado em Paris, pela Assembleia Nacional Constituinte, apenas cinco semanas após o episódio revolucionário decisivo que foi a Tomada da Bastilha, refere expressamente o caráter universal e igualitário desses direitos. Observados sob uma perspetiva ocidental, é certo, mas que sob a influência dos princípios iluministas e das ideias da Revolução Americana se pretendiam aplicáveis a todos os seres humanos.

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      Democracia, Direitos Humanos, Opinião

      Rasura da memória e democracia

      Vivemos uma inquietante vaga de rasura da memória projetada a partir do apagamento, da reescrita e da trivialização de episódios da história. Uma parte produzida de forma consciente, com objetivos políticos precisos, resultando a outra apenas da leviandade, da indiferença ou da ignorância. Por isso o vínculo entre história e memória está na ordem do dia, seja para quem aproxima estas duas categorias de representação do passado, seja para os que pretendem a sua separação. Olhar com sentido crítico e pragmatismo a relação entre ambas requer um banho de realidade.

      Em 2015 duas fundações francesas de investigação divulgaram os resultados de um inquérito subordinado ao tema Mémoires à venir. Envolveu cerca de 32 mil jovens de 31 países – Austrália, Canadá, Estados Unidos, Japão, Índia, Israel, Rússia, Turquia e quase toda a Europa – com idades compreendidas entre os 16 e os 19, e visava conhecer aquilo que os cidadãos educados já neste milénio retêm dos grandes acontecimentos do século XX, com a particularidade de terem sido colocadas as mesmas questões a pessoas de regiões e culturas muito diversas. Os acontecimentos mais referenciados foram aqueles que incorporaram uma dimensão traumática: o Holocausto, as bombas atómicas sobre o Japão e as duas guerras mundiais. Dos episódios mais recentes, destacaram-se os que em 1989-1991 envolveram a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética.

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        Atualidade, Democracia, História, Memória, Opinião

        Redes sociais: de realidade paralela à normalidade

        O tema desta crónica não é novo, mas justifica uma atenção constante. O neurocientista António Damásio considerou recentemente que as redes sociais são «uma das mais espetaculares razões de declínio da qualidade de vida», afirmando que o acesso rápido e maciço a informação mal pensada representa hoje «um risco extraordinário». A esta declaração junto uma outra, mais conhecida, expressa por Umberto Eco numa das últimas entrevistas, observando que esses espaços de comunicação «dão o direito à palavra a uma legião de imbecis que, antes destas plataformas, apenas discutiam nas tabernas, após um copo de vinho, sem prejudicar a colectividade». Para Eco, «o idiota da aldeia» ganhou assim o direito a ter voz pública, dizendo o que lhe ocorre e passando a «detentor da verdade», misturando os códigos acerca do bem e do mal, do verídico e do falso, do racional e do incoerente.

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          Cibercultura, Democracia, Opinião

          Falta de conhecimento e ausência de norte

          Tenho uma convicção reforçada a cada dia: a de que as grandes conquistas políticas e sociais apenas são irreversíveis, e têm condições de antecipar outras que as irão ampliar, se não dependerem apenas de interesses e acordos conjunturais. Isto é, se forem articuladas com uma consciência coletiva, de ordem histórica e cultural, da sua necessidade e da sua justeza. A partir da Revolução Francesa, os princípios emancipatórios da igualdade perante a lei, do valor da liberdade individual, da fraternidade como elemento edificador do Estado-Providência, da justiça social e dos direitos humanos puderam vingar – apesar da linha irregular de avanços e recuos – porque estiveram presentes no combate de ideias e em grande número de obras literárias e artísticas. Foram estes que estruturam em boa parte do mundo as convicções, as expetativas, o gosto e a noção de humanidade pelos quais tantos se bateram ao longo de gerações, oferecendo coesão e fundamento subjetivo a essa luta.

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            Apontamentos, Democracia, Olhares, Opinião

            Resistir ao poder da ignorância

            A terrível frase «Muera la inteligencia! Viva la muerte!» terá sido pronunciada na manhã de 12 de Outubro de 1936 no Salão Nobre da Universidade de Salamanca. Foi seu autor o general franquista José Millán-Astray e com ela pretendia afrontar o reitor Miguel de Unamuno após este ter feito um elogio da sabedoria e do diálogo. Existem versões um pouco diferentes do episódio, mas o que importa é que têm sido estas as palavras repetidas nos últimos oitenta anos para destacar o combate justo da razão e da democracia contra a força da ditadura e da ignorância. Na Alemanha, o nazismo nascera também da imposição do ódio e do obscurantismo sobre o diálogo e o conhecimento, queimando livros e conduzindo o mundo ao pesadelo da Segunda Grande Guerra e do Holocausto. Todos os fascismos tiveram, aliás, este denominador comum: o repúdio da razão e da sabedoria por troca com a força do instinto e as certezas fundadas em ideias muito básicas que dominaram o quarto de século chamado por Hannah Arendt de «tempos sombrios».

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              Atualidade, Democracia, Olhares, Opinião

              As europeias «não servem para nada»?

              Esta campanha para o Parlamento Europeu não tem sido em Portugal muito diferente das anteriores, no que respeita a mostrar-se pouco mobilizadora. Em parte porque, dado o calendário eleitoral deste ano, serve como uma sondagem sobre as próximas legislativas. Mas sobretudo porque para a maioria dos eleitores, mesmo para muitos dos que não se irão abster, «não servem para nada». Não partilho desta ideia, até porque a prestação dos deputados europeus não tem a irrelevância que muitos eleitores lhe atribuem, e tem sido bastante diferenciada, seja no sentido do seu trabalho concreto, seja nas escolhas políticas. Reconheço, no entanto, que no essencial quase todas as vozes e partidos presentes têm subvalorizado os problemas colocados à própria Europa. Na forma de se gerir a si mesma e de resolver os seus conflitos, mas também no modo de se relacionar com o resto do mundo: com as grandes potências – os EUA, a Rússia e a China – que a desqualificam todos os dias, e com os Estados e os povos que nela ainda vêem o paraíso. Mais uma oportunidade perdida para sentir «a Europa connosco» e para discuti-la na relação com o mundo em que vivemos.

                Apontamentos, Opinião

                O peso da responsabilidade e o anonimato

                O título desta crónica parafraseia o de um livro do historiador Tony Judt sobre três intelectuais franceses – Léon Blum, Albert Camus e Raymond Aron – com personalidades singulares e percursos muito diversos, mas que coincidiram no sentido exigente da sua responsabilidade perante o mundo. Encararam-na num duplo sentido. Por um lado, sob a perspetiva de quem o observa de maneira informada, razoavelmente liberta dos filtros impostos pelas ideologias, dos modismos e dos lugares-comuns. Por outro, agindo, escrevendo e falando em função das suas próprias conclusões, obtidas através da reflexão e da crítica, e assumindo-as de uma forma pública, ainda que tal os tenha colocado por vezes contra a maioria dos que pertenciam ao seu campo político.

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                  Atualidade, Democracia, História, Opinião

                  De baixo das pedras, como as serpentes

                  Temos sempre a história para nos ajudar a conhecer o passado e a compreender o presente, mas a memória pessoal pode dar também uma boa ajuda. Quem tenha vivido os anos finais do Estado Novo já com alguma consciência política – felizmente ainda existem muitas pessoas nestas condições e capazes de oferecer o seu testemunho – sabe que nessa altura, em particular a partir do «período marcelista» de 1968-74, eram já pouquíssimas as pessoas com voz pública que fora dos organismos e dos círculos do poder assumiam claramente a defesa do regime. Muitas calavam-se por vergonha ou desmotivação, mas muitas também, em número cada vez maior a cada dia que passava, porque eram mesmo contra ele e desejavam que ruísse o mais depressa possível.

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                    Democracia, Direitos Humanos, Opinião

                    Os norte-coreanos não são figurantes

                    Tornou-se um hábito, entre a esquerda exterior ao PCP, olhar várias das suas posições sobre política internacional com alguma relutância, mas também com um encolher de ombros. De alguma forma compreendo a escolha e muitas vezes faço o mesmo: por um lado, porque as circunstâncias políticas associadas à experiência da «geringonça» requerem alguma contenção em tudo aquilo que possa dividir ou criar animosidade (como se sabe, a menor crítica de fundo é sempre vista daquele lado como «anticomunismo»); por outro, porque apesar das divergências, a história do PCP, a sua importância para a democracia, a generosidade de muitos dos seus militantes, determinam a contenção possível. Um pouco como quando temos divergências em família, por vezes graves, não sendo todavia por isso que cortamos com ela. E desta forma, a muitos episódios lamentáveis se responde relevando-os.

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                      Democracia, Direitos Humanos, Opinião

                      8 de Março: celebração e crítica

                      Foi muito significativa e de grande importância política a forma participada como em Portugal foi vivido este 8 de Março, dia no qual por todo o mundo se lembra e prossegue a luta longa, difícil e necessária pelos direitos das mulheres e pelo seu combate por uma efetiva igualdade. Longe ainda da dimensão esmagadora que o movimento tem hoje no território do Estado espanhol, por cá ele tem vindo a crescer, a abranger um leque cada vez maior de mulheres, muitas delas ativistas, mas também pessoas comuns, a agregar um número crescente de organizações, e, o que é sempre importante, a chamar a atenção da comunicação social, elemento imprescindível neste tempo que atravessamos.

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                        Anónimos, pseudónimos e «noms de guerre»

                        Uma das maiores conquistas da era da comunicação poderá alimentar a sua destruição. Quando, a partir dos meados do século XIX, livros e jornais passaram a ter como alvo um público alargado, alimentado pelo progresso da alfabetização e pelo desenvolvimento do ensino médio, nasceu a «opinião pública», associada à expansão e à partilha da informação e do conhecimento. Com todo o potencial democrático possibilitado pelo facto de mais pessoas poderem conhecer, opinar, debater e agir no plano político a partir de uma ideia mais completa do mundo que pisavam. Por isso, no processo de centralização administrativa dos Estados iniciado no mesmo período histórico, o controlo e a manipulação da informação foram ganhando importância. Em alguns casos através do controlo do sistema educativo e da propaganda do Estado, noutros, mais graves e aplicados nas ditaduras do século seguinte, mediante fortes mecanismos de censura e de repressão das vozes mais livres. Em qualquer caso, livros e jornais continuaram a ser um espaço privilegiado para a construção do saber, da liberdade e da cidadania.

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                          Feminismo e idiotice pegada

                          O «problema» do feminismo é na realidade um falso problema. Porque o feminismo não é ideologia ou movimento uno, nem tendência sociológica inversa do machismo, que é uma patologia, mas antes um complexo de análises, de causas, de combates, de escolhas, de organizações, que no conjunto não só tem já no mínimo século e meio de existência, como são hoje cada vez mais plurais. Isto é: na realidade não existe feminismo, mas sim feminismos, tão amplas foram e são hoje a dimensão e a diversidade, por vezes (e felizmente) até contraditórias, dos combates pelos direitos das mulheres.

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                            Os perigos do presentismo

                            O presentismo é uma categoria de análise do tempo, criada pelo historiador francês François Hartog, segundo a qual passado e presente desaparecem como referentes da experiência humana, seja esta pessoal ou coletiva, dado passarem a valer apenas pela forma como são compreendidos no momento. Nestas condições, o próprio futuro desvincula-se de toda a construção utópica, sendo visto como mais do mesmo e deixando de suscitar esperança nos indivíduos e nas comunidades. Resta única e exclusivamente o presente como instância de orientação no tempo: tudo é apresentado como se passado e futuro fossem realidades incertas, que não têm lições a dar-nos, nem projetam a nossa vida para horizontes de progresso. Para os presentistas, vivemos um eterno presente e só este é real.

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                              Os racistas, os antirracistas e os outros

                              Os acontecimentos no Bairro da Jamaica, no Seixal, trouxeram de novo para primeiro plano o problema do racismo em Portugal. O mito da sua inexistência entre nós segue-se aos outros mitos do país multirracial e do colonialismo «suave», tapando uma vez mais o sol com a peneira dos «brandos costumes». Mas, como é sabido, peneira não tapa luz e por cá o racismo existe de facto. Claramente expresso e assumido pode parecer raro, confinado aos pequenos grupos de extrema-direita, a franjas dos adeptos de futebol e aos últimos ressabiados da descolonização, mas na realidade é uma constante, vindo ao de cima em muitas circunstâncias e lugares. Por vezes, apenas num olhar, outras em atitudes de condescendência, aqui e ali em palavras jocosas ou em inconfessadas formas de segregação. No caso agora ocorrido, traduzido de novo numa ação policial brutal e totalmente inadmissível.

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                                Ativismo: necessidade e limites

                                Ao privilegiar a prática efetiva de transformação da realidade em detrimento da atividade exclusivamente especulativa, o ativismo é absolutamente essencial para que a política não se reduza à teoria ou à intervenção sempre pesada, lenta e burocrática das instituições e dos partidos. E para que não se circunscreva apenas ao momento do voto. Sem ele, em todas e cada uma das suas variantes, a democracia permaneceria sempre incompleta. Sem ele, sem os caminhos que aponta e abre, sem a dose de perturbação necessária que impõe, pouco mudaria. Ou mudaria apenas quando algo de mais avançado estivesse já a revelar-se necessário.

                                Tenho um respeito muito grande pela intervenção dos homens e das mulheres que fazem dele o eixo das suas vidas. Penso até que a maior parte não tem o reconhecimento devido, sendo muitas vezes política e socialmente marginalizada. Mas isto não me leva a que deixe de criticar o modo como muitas das escolhas que fazem se fecham tantas vezes em combates muito específicos, radicalizando-se rapidamente nas palavras de ordem e metas, e esquecendo que sem a busca de consensos razoáveis entre quem na diferença deseja também a mudança esta não ocorrerá. Sem ela serão reconhecidos dentro do seu pequeno grupo, mas não fora dele.

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                                  Esquerda: a «extrema» e a «radical»

                                  Há poucos dias, em entrevista concedida ao jornal online Observador, Catarina Martins afirmou, quando confrontada pelos entrevistadores com o uso qualificativo da expressão «extrema-esquerda», que esta «está associada a totalitarismos, perseguição, ódio», acrescentando que nada disso se encontra no Bloco de Esquerda. Afirmou preferir, se uma categoria houver mesmo de ser utilizada, a expressão «esquerda radical», uma vez esta ter mais a ver «com a raiz da esquerda, a raiz das lutas».

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                                    Democracia, Etc., Olhares, Opinião

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                                    Depara-se por todo o lado com um regresso vigoroso da extrema-direita como área política e do autoritarismo como modelo de governação. A partir dos anos oitenta, quando os ideais democráticos emergentes nas duas décadas do pós-guerra começaram a recuar, tornou-se percetível que a serpente fascista não morrera. Ao invés, ela estava a crescer, sobretudo em ambientes marcados pela crise económica, pela desigualdade e pelo conflito social. Nos últimos anos, este crescimento tornou-se claro. Encontramo-la em práticas de governo ou propostas de movimentos com hipóteses de o vir a ser. Nos Estados Unidos, Brasil, Filipinas, Hungria, Polónia, Rússia ou Itália, ela chegou já ao poder. Em França, na Alemanha, na Bulgária, na Finlândia ou em Espanha, configura-se como alternativa com hipóteses de a ele chegar. Em Portugal já quase não existia, mas está a ser artificialmente reinventada.

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                                      Atualidade, Democracia, Opinião