Utopia e folhas de Excel

Sempre procurei passar aos meus alunos a mensagem de que a política é, se não a mais sublime das artes, com toda a certeza uma arte indispensável. Sirvo-me da velha aceção de Aristóteles, para quem todo o humano era «zoon politikon», «animal político», ser social cuja vida apenas faz sentido quando integrada na experiência coletiva da polis, a modelar cidade-Estado da antiga Grécia. Na repetida tentativa de os envolver nesta ideia, costumo dizer-lhes que fora dessa experiência perdemos a humanidade, arrastando-nos como seres egoístas e transformando-nos em lobos, entregues à luta bestial pela sobrevivência, ou, como já no século XVII lembrava Thomas Hobbes, a uma infinita guerra de todos contra todos. Por outro lado, definindo a política como arte, não como uma mera experiência, procuro mostrar-lhes que para ser bem executada esta deve incorporar, em simultâneo, destreza, técnica e principalmente criatividade. ler mais deste artigo

    Atualidade, Democracia, Opinião

    Escrever é difícil, a vida também

    Imagem Lloyd Hughes

    Há algumas semanas, quando consultava uma pasta de folhas datilografadas contendo dezenas de comunicações apresentadas em Maio de 1975 ao I Congresso dos Escritores Portugueses, surpreendeu-me – embora já para tal estivesse avisado – a multiplicidade de opiniões sobre a arte de escrever emergentes num tempo, o da nossa revolução democrática, do qual se possui por vezes uma visão demasiado simplificada. É verdade que nos debates então travados entre gente que dela fazia a sua profissão ou o seu destino surgiram juízos e propostas em apertada consonância com alguns dos fortes imperativos políticos da época. O escritor neorrealista Faure da Rosa não parecia ter dúvidas sobre o caminho que julgava dever ser percorrido: «Nada tendo de deuses, trabalhadores como os outros, a função do escritor de hoje é a de escrever para as massas.» Muitos dos presentes, embora de forma não tão simplificada, seguiram de facto o princípio de acordo com o qual a arte de pensar e de escrever deveria corresponder em larga medida à celebração de um compromisso social e político. ler mais deste artigo

      Apontamentos, Atualidade, Leituras, Opinião

      A honra, a pobreza e o futuro

      Gérard Castello-Lopes - Lisboa, 1957
      Gérard Castello-Lopes – Lisboa, 1957

      A minha mãe, que tinha boa memória e mais quarenta anos do que eu, contava muitas vezes episódios de uma juventude passada nas duas décadas que separaram as guerras mundiais. Mesmo pertencendo a uma família da classe média, viveu durante todo esse tempo em condições que impuseram uma existência austera, passada sem grandes festas ou luxos. O pão como base da alimentação (um hábito que conservou durante toda a vida), a sardinha partilhada (sempre lembrada por muitos da sua geração), uma dieta que deixava a carne apenas para os dias especiais, semanas praticamente sem domingos, trabalho constante distribuído pela lide da casa e pelos deveres da horta e do pomar. E roupa e sapatos que deviam durar anos, com viagens a pé para levar o almoço ao pai, meu avô, que nem por ter um trabalho administrativo razoavelmente pago se podia dar a despesas supérfluas. ler mais deste artigo

        Atualidade, Democracia, Memória, Olhares

        «Batalha de Argel» e legitimidade do terror

        Em 1957, durante a conferência de imprensa realizada em Estocolmo quando da entrega do Nobel da Literatura, Albert Camus foi interpelado por um estudante sobre as condições em que, no contexto da guerra da independência argelina, então decorria, com episódios de violência extrema de parte a parte, a chamada «batalha de Argel». Tinha acabado de saber da explosão de uma bomba da responsabilidade da Frente de Libertação Nacional que havia provocado dezenas de mortos civis, entre europeus e árabes, ocorrida num mercado da capital da então colónia francesa habitualmente frequentado pela sua mãe. Camus respondeu assim: «Sempre condenei o terror. Por isso devo condenar também o terrorismo cego que está a ocorrer nas ruas de Argel (…). Acredito na justiça, mas defenderei a minha mãe antes de defender a justiça.» Coerente com a ideia que de há muito vinha propondo de forma pública, segundo a qual, no que concerne à condição humana, não existem uma moral e uma justiça adjetivadas, aceitáveis para alguns mas não para outros, o escritor defendeu que ambas integram sempre valores partilhados. Destinados a equilibrar as relações humanas e não a cavar distâncias intransponíveis. ler mais deste artigo

          Cinema, Democracia, Direitos Humanos, Opinião

          O Muro como metáfora

          Imagem de Aprilspit
          Imagem de Aprilspit

          Terá sido entre as proclamações dos ativistas do Black Power e os graffiti do Maio de 68 que a ideia de que «a revolução não será televisionada» irrompeu de modo programático. Sugeria aquilo que, na época, para muitos parecia óbvio: que o fim do capitalismo e a sua substituição por um sistema reorganizado e perfeito deveria ganhar corpo no calor do combate político, na luta de ideias, na ação direta se necessário, mas jamais ser mediado pela televisão. No ano de 1989, porém, Berlim, Varsóvia, Praga ou Bucareste deram a ver ao mundo a «primeira revolução televisionada», a acontecer em simultâneo nos lares dos pacatos cidadãos. O seu episódio nuclear, pelo efeito produzido e pela dimensão simbólica, ocorreu na memorável noite de 9 de Novembro desse ano. Quem recorda o derrube do Muro seguido em direto pelo aparelho doméstico de televisão, rememora a perceção de algo até ali inconcebível: o fim de um mundo considerado sólido revelado em toda a crueza, como na sequência capital de um filme-catástrofe ler mais deste artigo

            Atualidade, História, Leituras, Memória, Olhares

            A fúria do cinzento

            Nos anos 60/70, a dinâmica do parecer servia por vezes, principalmente em ambientes urbanos, para distinguir esquerda e direita. Alguns códigos do vestuário possuíam «marca de classe», ou então enunciavam condições de pertença cultural. A qualidade da roupa, mas também o seu padrão ou o uso de determinados acessórios – como o cachimbo, o isqueiro, o lenço, a pulseira ou a esferográfica – davam-lhe forma. Claro que existiam características excessivamente tipificadas, como algumas associadas a certos mitos sobre a higiene íntima, separando uma direita que podia ter a alma negra mas supostamente se perfumava de uma esquerda cheia de boas intenções para os destinos do mundo e que no entanto se presumia tresandar. Sem entrar em detalhes sórdidos, posso confirmar que por vezes a vida copiava a caricatura. ler mais deste artigo

              Apontamentos, Democracia, História, Olhares

              A esquerda que cala, a direita que agradece

              Parte fundamental do património histórico e identitário da esquerda contemporânea, ou pelo menos de um segmento importante dela, tem vindo nos últimos tempos a ser esquecida, abandonada ou deixada em estado de hibernação por algumas das organizações políticas e dos movimentos de cidadãos que se consideram herdeiras de pleno direito do seu legado global. Ao longo de mais de século e meio de uma vida complexa, e a par da preocupação com a justiça social, muitos dos seus combates mais importantes e difíceis foram de facto travados em favor de uma democracia vivida sem restrições, da mais completa liberdade de expressão e de opinião, dos direitos das mulheres, do respeito pelas minorias, de um ensino público, de uma política cultural do Estado e de uma civilidade absolutamente laicos, não-confessionais e ao dispor de todos. ler mais deste artigo

                Atualidade, Democracia, Direitos Humanos, Opinião

                A Grécia e a falha de Esopo

                Neste momento ninguém pode saber como vai acabar a «crise grega». Mas uma certeza parece ter-se instalado: a de que ela é cada vez menos exclusivamente grega, menos parte dos graves problemas que apenas enfrentam os governos da metade sul da Europa, dizendo cada vez mais respeito ao destino comum dos países e dos povos do Velho Continente. Ao mesmo tempo, a onda de choque produzida pela esmagadora vitória eleitoral do Syriza está a suscitar um despertar coletivo e partilhado para outra solução. ler mais deste artigo

                  Atualidade, Democracia, Opinião

                  A esquerda e a ecologia do rancor

                  Evening on ex-Lenin Street | Andrew Rudakov

                  Escrevo isto sem prazer. A experiência do rancor tem acompanhado parte substancial do percurso histórico da esquerda. Essa sombra pode ser encontrada nos seus fundamentos teóricos, bem como em muitas das escolhas e atitudes que foram construindo a sua identidade como fator de mudança. Toma aí a forma de instrumento do combate político, geralmente fatal quando os conflitos se agudizam. Por outro lado, pode ser observada no relacionamento entre os segmentos e sensibilidades nos quais ela se foi repartindo e espartilhando ao longo de mais de dois séculos. Este é um poderoso paradoxo, capaz de pôr em causa a dimensão agregadora, solidária e antiautoritária inscrita no seu código genético. Separando de forma dramática e irreversível, por vezes com a máscara do ódio, aquilo que poderia ou deveria ter permanecido próximo. ler mais deste artigo

                    Democracia, Ensaio, História, Opinião

                    Quatro notas sobre o Tempo de Avançar

                    Enrique-Vives-Rubio
                    Fotografia de Enrique Vives-Rubio | Público

                    Quatro curtas notas sobre o modo como decorreu a convenção da candidatura cidadã Tempo de Avançar, que durante o último sábado reuniu no Fórum Lisboa perto de 800 pessoas. O seu objetivo expresso e comum foi o de preparar uma alternativa de esquerda em condições de se apresentar às próximas eleições legislativas como escolha consistente, construtiva, autónoma e mobilizadora. ler mais deste artigo

                      Apontamentos, Atualidade, Democracia, Opinião

                      Os quatro Charlies e a «rua europeia»

                      Rennes. Fot. Gaspard Glanz

                      Conto quatro Charlies em cada protesto de rua pelo ato terrorista de 7 de Janeiro. Podem responder à mesma convocatória, mas chegam de bairros diferentes e seguirão destinos que raramente se cruzam. Há um Charlie de extrema-direita, xenófobo, racista, islamofóbico, que vê no acontecimento um pretexto para atacar a democracia e envenenar a opinião pública com um discurso segregacionista sobre a imigração e a necessidade da força. Há depois um Charlie de colarinho branco, com o rosto do político insolentemente oportunista, sedento de protagonismo, que, como fez em Paris Nicolas Sarkozy, acotovela os outros para chegar à primeira fila e aparecer na fotografia. Há também um Charlie genuinamente indignado mas que desfila como mero figurante, vestindo a t-shirt do Charlie Hebdo porque «toda a gente» a veste. E há ainda um outro Charlie, pouco interessado na linha editorial ou no valor dos cartoons do semanário satírico parisiense, mas verdadeiramente apreensivo com o risco de um rápido recuo da liberdade de expressão e do direito à crítica e ao humor. ler mais deste artigo

                        Atualidade, Democracia, Direitos Humanos, Opinião

                        Caros inimigos

                        É óbvio que a presença de um conjunto de governantes do centro-direita, entre eles, dizem, o nosso internacionalmente inócuo Passos, na manifestação que hoje em Paris pretende mostrar um amplo protesto contra o terrorismo, não pode ser fácil de digerir pelas pessoas de esquerda. Em especial por aquelas, entre as quais me incluo, que não aceitam pôr tudo – todas as formas de terrorismo, todos os pressupostos nos quais assenta a liberdade de opinião e de informação – dentro do mesmo saco. A unanimidade diante da defesa desses valores básicos não é sinónimo de unanimismo, uma vez que, para uns e para os outros, o preto e o branco não são necessariamente as mesmas cores nem produzem os mesmos efeitos. No entanto, recorrendo à história e à memória partilhada por várias gerações, recordo aos mais céticos que, quando foi necessário fazer frente a um perigo absoluto e maior, a esquerda francesa, que por certo não era então estúpida nem suspeita de traição face às suas causas maiores, se bateu de armas na mão do lado de De Gaulle, de Truman, de Churchill ou de Estaline. David Cameron e Abu Bakr al-Baghdadi não são farinha do mesmo saco e tal deveria ser óbvio.

                          Democracia, Direitos Humanos, Opinião

                          Paris, 7 de Janeiro

                          Admito que só ocasionalmente passava os olhos pelo semanário Charlie Hebdo e que nem sempre apreciei o teor político de alguns dos seus cartoons, mas não é por isso que aceito a indiferença perante o ataque brutal do qual na passada quarta-feira foram alvo alguns dos seus desenhadores, jornalistas e colaboradores. A barbárie expressa na iniciativa homicida dos assassinos vestidos de negro começou, como se sabe, na vontade de punir com a morte aqueles que consideravam responsáveis por alusões de teor satírico à figura do profeta Maomé. Mas não se tratou apenas de um gesto de vingança em nome de uma conceção rígida e intransigente do Islão: revelou também uma firme vontade de coagir pela força a liberdade de imprensa e o direito de opinião, atacando o papel do humor como instrumento de crítica e de humanidade. ler mais deste artigo

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                            Talvez Natal

                            Fotografia de Zofia
                            Fotografia de Zofia

                            Estamos em Dezembro e por isso na época em que se abusa do Natal, tantas vezes transformado, embrulhado em insuportáveis clichés, num tempo de hipocrisia ou de um insano consumismo. Atitudes que nada têm a ver com o sentido original do instante fundador do cristianismo e da sua mensagem de paz e humildade. Devem, todavia, evitar-se as generalizações, pois são muitas as almas, crentes ou nem por isso, que nas culturas de raiz fundacional cristã procuram observar a quadra demonstrando um genuíno cuidado para com o seu semelhante próximo ou distante. Para não falar das distantes paragens, ou dos ambientes menos observáveis à luz do dia, nos quais o momento muitas vezes serve o conforto dos fracos ou de minorias silenciadas e oprimidas.

                            E no entanto muitos são os adeptos de um discurso autocensurado, «correto», que evitam pronunciar sequer a palavra «Natal», substituindo-a por eufemismos como «festas», «quadra» ou outros. Parece-me um processo de automutilação cultural. Sendo homem sem fé, nada me incomoda apresentar a outro, sobretudo se presumir ser alguém crente sincero de uma qualquer religião, ou que com ela conviva numa relação tranquila, os votos de um Bom Natal. Como, noutros momentos ou lugares, apresentaria os de Feliz Hanukkah, de Tranquila Hijra, de Óptima Joya Kane, de Próspero Losar, de Reconfortante Diwali. A assertividade das convicções não reside no policiamento da língua nem se alimenta da fuga ao real social. E o respeito pelo outro passa também pelas palavras que usamos para falar com ele.

                            Feliz Natal, pois, para quem o viver ou desejar.

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                              Diferença e compromisso

                              Fotografia de Josip Kostik
                              Fotografia de Josip Kostik

                              Para Albert Camus, a humanidade do indivíduo afere-se, em boa parte, pela sua capacidade de se rebelar contra o mundo, o seu e o dos outros, tal como ele se apresenta. Escapando por essa forma à lógica do rebanho, que não deixa margem para o exercício da liberdade e do compromisso. Todavia, o gesto de revolta apenas liberta enquanto não se volta contra quem o pratica. Em O Homem Revoltado, de 1951, o livro que esteve na origem da sua rutura com Sartre e do conflito que manteve até ao final da vida com a ortodoxia de esquerda e os seus compagnons de route, o escritor ergueu-se ao mesmo tempo contra uma «revolta poética», meramente verbal, formal, imaginada, que não passa de um diferimento por via simbólica ou onírica da verdadeira insubmissão, e contra uma «revolta histórica», que remete para amanhãs distantes, situados num futuro concebido como totalmente perfeito e harmónico. Este caminho consagraria uma ideia de revolução que, ao diluir a intervenção humana num processo histórico que a deve transcender, tornar-se-á inevitavelmente escravizante. ler mais deste artigo

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                                Dos desconhecidos

                                Fotografia de Kris K. G.

                                «Sou uma escrava das palavras… Tenho uma absoluta fé nas palavras. Presto sempre atenção às palavras que os outros pronunciam, mesmo as dos desconhecidos. Principalmente as dos desconhecidos. Dos desconhecidos podemos sempre esperar ainda alguma coisa.»

                                Do testemunho de Maria Voïtechonok, 57, em La Fin de l’Homme Rouge (Actes Sud, 2013), uma impressiva e plural coletânea de testemunhos sobre os anos finais da União Soviética e os tempos conturbados que se lhe seguiram, da autoria da escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Alexievitch.

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                                  Nos 90 anos de Soares

                                  Na história política do século XX português há as figuras, as figurinhas e os figurões. Das de segundo e terceiro tipo geralmente não reza a História. Chegam, tomam a palavra, e logo partem para ser esquecidas. De entre as primeiras existe, porém, uma linha da frente que perdurará para além das representações de natureza benévola ou negativa que sobre elas e a sua obra possam ser feitas: Afonso Costa, António O. Salazar, Álvaro Cunhal e Mário Soares. A característica comum aos quatro reside no facto de jamais alguém lhes ter sido ou permanecer indiferente. Todos carregaram e continuam a carregar paixões e ódios. E todos souberam, cada um à sua medida, mobilizar vontades e deixar lastro.

                                  Concorde-se ou não com ele, goste-se ou não das suas escolhas, apreciem-se apenas algumas (é o meu caso) ou todas as decisões que tomou, louve-se ou não o seu intenso hedonismo (deste, tão raro nos profissionais da política, eu gosto mesmo), Mário Soares, que perfaz hoje 90 anos de vida continuando nas bocas do mundo, está aí, felizmente, para mostrar a falta que fazem políticos com coragem e um selo próprio. Que saibam pôr no lugar as caixas de repetição e se tornem inesquecíveis. A vida das repúblicas, e em particular a das democracias, não pode depender apenas das personalidades fortes, raras e imprevisíveis, mas não se constrói sem elas. Sem elas desfalece de tédio.

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                                    Um arquivo singular

                                    Esta semana a Universidade de Coimbra e a Fundação Cuidar O Futuro assinaram o termo de doação que transferiu para o Centro de Documentação 25 de Abril a responsabilidade de guardar, tratar e disponibilizar de forma pública o importante arquivo político e pessoal de Maria de Lourdes Pintasilgo (1930-2004). São cerca de 250.000 documentos de uma tipologia muito diversa que dão conta de um trajeto à escala nacional absolutamente singular. Um trajeto que ao longo de décadas se fundiu com a história recente de Portugal, testemunhando experiências que deixaram um lastro inapagável, nas instituições mas sobretudo nas pessoas que nelas participaram ou a elas assistiram, e que merecem ser conhecidas e estudadas. ler mais deste artigo

                                      Apontamentos, Biografias, Democracia, História